Projetos de verticalização na saúde suplementar: quais os principais erros e acertos?

Nesse estudo, conheça os principais erros dos projetos de verticalização no setor de saúde, que levaram grandes operadoras a situações de insolvência.

“Errar uma vez é humano, errar a segunda não é mais um erro, e sim uma escolha.” 

– Autor(a) desconhecido(a).

Em nossa última publicação, abordamos as causas do aumento dos custos assistenciais nos últimos meses, resultando em prejuízos históricos para as operadoras de saúde no primeiro semestre de 2022. Em resposta a esse desafio, destacamos as principais estratégias que implementamos com nossos clientes para uma gestão mais eficaz dos custos assistenciais, visando a sustentabilidade operacional.

Uma das estratégias primordiais para o controle de custos é a verticalização. No entanto, é crucial realizar um estudo detalhado e um planejamento meticuloso para garantir os resultados desejados. Neste artigo, exploraremos os principais equívocos encontrados nos projetos de verticalização no setor de saúde, os quais conduziram grandes operadoras a situações de insolvência.

Contextualização: tendência de verticalização

Nos últimos anos, com a abertura do setor de saúde para investimentos estrangeiros e o surgimento de grandes grupos de capital aberto, a competitividade no setor aumentou. Isso levou as operadoras a buscarem operações mais eficientes como estratégia de sobrevivência, destacando a verticalização como uma abordagem vencedora.

Exemplos notáveis incluem o crescimento do grupo Hapvida Intermédica, adotando um modelo altamente verticalizado, seja construindo ou adquirindo estabelecimentos assistenciais. Outros grupos hospitalares lançaram convênios próprios. Essa estratégia permitiu um controle mais efetivo dos custos e uma diversificação nas receitas, facilitando a comercialização de planos de baixo custo e/ou planos de rede própria. No Sistema Unimed, muitas cooperativas também embarcaram nesse movimento de verticalização nos últimos anos.

Contudo, é imperativo compreender os principais erros em projetos de verticalização:

1. Verticalização sem a realização de um estudo de viabilidade prévio

A verticalização não é adequada para todos os projetos ou operadoras. O investimento deve ser respaldado pelo potencial de redução de custos ao longo do tempo.

Um hospital enfrenta desafios significativos devido à sua estrutura de custos fixos elevados e à necessidade de investimentos substanciais, que estão intrinsecamente vinculados a uma adequada dimensão operacional. Projetos que superdimensionam estruturas hospitalares acima da demanda potencial enfrentam ociosidade, inviabilizando a operação. Por outro lado, subdimensionar para a carteira de beneficiários resulta em aumento de custos devido à ociosidade ou manutenção de procedimentos complexos fora da rede.

A ausência de uma análise de viabilidade pode tornar não apenas o empreendimento inviável, mas também a operadora. Recomenda-se a contratação de consultoria especializada para assegurar a viabilidade e o dimensionamento adequado.

2. Verticalização sem o direcionamento da demanda da rede prestadora

Os projetos devem pressupor a transferência de parte da demanda assistencial para o novo empreendimento. Mesmo com um projeto sólido, a falta de direcionamento da demanda resulta em taxas de ocupação aquém do esperado, acarretando custos de ociosidade. A viabilidade da verticalização depende da transferência efetiva de beneficiários para a rede própria.

Muitos hospitais bem dimensionados enfrentam a falta de direcionamento após a inauguração, duplicando custos. Portanto, ao optar pela verticalização, a operadora deve avaliar o redimensionamento da rede prestadora, direcionando beneficiários para os recursos próprios.

3. Para o Sistema Unimed: ir para assembleia sem um planejamento prévio Assembleia sem planejamento prévio

No sistema cooperativista, o apoio da maioria dos cooperados é crucial para aprovar projetos de verticalização em assembleias. A reprovação do projeto é um risco, sendo essencial um trabalho consistente e bem elaborado para aumentar as chances de sucesso.

Consultorias especializadas, como a XVI Finance, podem auxiliar na análise prévia, planejamento e coordenação de reuniões para promover discussões e esclarecer dúvidas, aumentando o apoio à aprovação em assembleias.

4. Contratação de empresas de arquitetura não especializadas

O estudo de dimensionamento do hospital é crucial não apenas para a viabilidade financeira, mas também técnica e operacional. Hospitais têm características únicas, exigindo conhecimento específico sobre fluxos e processos hospitalares.

Contratar arquitetos não especializados aumenta o risco de erros, levando à reprovação por órgãos competentes, aumentos de custos e problemas operacionais. A contratação de escritórios especializados em arquitetura hospitalar é fundamental para garantir segurança, prazo e eficiência nas obras.

5. Contratação de construtoras sem assessoria

A seleção da construtora, a definição do sistema construtivo e o modelo de empreitada são decisões cruciais. O processo de qualificação e concorrência deve considerar aspectos técnicos e financeiros das construtoras. O modelo de empreitada global é o mais seguro, definindo orçamento e prazo fechados. A contratação deve ser respaldada por consultorias especializadas para minimizar riscos.

6. Verticalização com uma estruturação financeira inadequada

Para projetos desse porte, é vital questionar se a cooperativa possui capacidade financeira para a obra. A escolha entre capital próprio ou de terceiros, posse ou locação do imóvel, compra ou construção, requer estudo individualizado. A falta desse planejamento pode resultar em uma estruturação financeira inadequada, levando à inviabilidade do projeto e à suspensão das obras.

A XVI Finance, com mais de uma década em estruturação financeira para projetos de saúde, já captou mais de R$1 bilhão para empreendimentos assistenciais em todo o Brasil. A consultoria acumula know how nos mais diversos modelos possíveis de estruturação, seja por financiamento com bancos comerciais, financiamento com bancos de fomento, estruturação de fundos imobiliários, estruturação de holding imobiliária ou dívidas estruturadas no mercado de capitais.

Em um cenário desafiador, com prejuízos acumulados em 2022, dificuldades macroeconômicas e redução na disponibilidade de crédito, os erros em projetos podem ser fatais. A XVI Finance oferece suporte integral durante o processo de verticalização, sendo a escolha confiável para consultoria especializada no setor de saúde.

Fonte: Prisma Econômico-Financeiros da Saúde Suplementar

Esse texto é mais um da série de publicações tendências econômicas-financeiras do setor de saúde suplementar em 2023. Acompanhe nossos canais de comunicação, entre em nosso grupo do WhatsApp e receba os próximos em primeira mão. 

Eduardo Kfouri Forero

Eduardo Kfouri Forero

Consultor Sênior
XVI Finance

Prof. Dr. Ulisses Rezende

Prof. Dr. Ulisses Rezende

Sócio Diretor
XVI Finance

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