Apesar de negativo, resultado das operadoras de saúde em 2023 demonstra melhora expressiva do setor.

O setor de saúde suplementar apresentou melhora em 2023 mas o cenário ainda é desafiador, com a dependência das aplicações financeiras e a necessidade de maior eficiência na operação.

O resultado operacional do setor em 2023 apresetou significativa melhora em relação a 2022, pior ano da série histórica, porém permaneceu negativo em R$ 5,9 bilhões. A recém adquirida Amil (-R$ 2,3 bilhões), o Bradesco Saúde (-R$ 1,4 bilhão) e a Unimed-Rio (-R$ 1,1 bilhão) tiveram os maiores prejuízos operacionais. Por outro lado, A NotreDame Intermédica (R$ 719 milhões), a Prevent Sênior (R$ 309 milhões) e a Sul América (R$ 245 milhões) lideraram a geração de resultados operacionais positivos.

Os resultados líquidos, no entanto, foram positivos, o que demonstra a importância das aplicações financeiras para geração de resultado das operadoras de saúde. Segundo o diretor de gestão da XVI Capital, Adriel Branco, esse pode ser um panorama preocupante.

“Com o quadro de redução de juros, haverá uma redução nos resultados financeiros. As operadoras precisam urgentemente profissionalizar seus investimentos e focar na geração de resultados operacionais, prezando pela perenidade do modelo de negócios”.

  • Mais operadoras tiveram resultados positivos

Em 2022, cerca de dois terços das operadoras tiveram resultados operacionais negativos. Já em 2023, a relação se inverte, com mais da metade (52,8%) das operadoras gerando resultados operacionais positivos.

Isso reflete na geração de resultados pelas diferentes modalidades do setor. Apenas as cooperativas médicas tiveram, no geral, deterioração de seu resultado operacional em 2023. As Filantropias, por outro lado, foram a única modalidade que alcançou resultado operacional positivo quando agrupadas (R$ 55 milhões).

  • Os principais indicadores refletem esses resultados

A sinistralidade registrada em 2023 se aproximou do nível apresentado em 2021, fechando em 87,0%, o que equivale a uma redução de 2,2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano anterior (89,2%).

Todas as modalidades de operadoras reduziram suas sinistralidades, com destaque para as filantropias e as operadoras de medicina de grupo, que apresentaram redução de cerca de 5 p.p.

O índice combinado ampliado¹ (COMBA), que avalia de maneira global os custos e despesas em relação aos diferentes tipos de receitas, também apresentou uma significativa melhora em relação a 2023, com redução 3 p.p.

De maneira geral, vemos os primeiros resultados do esforço do setor de saúde suplementar na busca pela melhoria de sua operação. Após a escalada de custos e despesas vista nos anos de 2021 e 2022, o ano passado trouxe um alento para as operadoras, demonstrando que as ações de melhoria, investimentos em ganho de eficiência e demais estratégias adotadas foram positivas. Ainda há muito a se fazer, especialmente ao considerarmos o cenário macroeconômico futuro, que promete juros menores e redução das receitas financeiras provenientes das aplicações. Nesse sentido, o resultado líquido das operadoras de saúde passará a depender cada vez mais de sua operação.

José Luis Orsi

José Luis Orsi

Gerente de Projetos na XVI Finance

Ulisses Rezende Silva

Ulisses Rezende Silva

Diretor Comercial na XVI Finance

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