O que é VCMH?

Você conhece o índice VCMH e sabe como ele afeta o dia a dia dos brasileiros e mais especificamente da saúde suplementar?

Conteúdo

Conceito

A variação de custo médico-hospitalar (VCMH) mensura a variação do custo per capita incorrido pela saúde suplementar, ou seja, as operadoras de planos de saúde.

No Brasil, este índice é calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), considerando-se o custo médio per capita incorporado pelas operadoras de planos e seguros de saúde em um período de 12 meses. Desta forma, o cálculo do VCMH se traduz numa média móvel, em que não se tem a influência dos efeitos da sazonalidade.

Como é feito o cálculo?

O VCMH é uma média ponderada por padrão de plano – básico, intermediário, superior e executivo. Assim sendo, é possível mensurar com maior exatidão a variação do custo médico hospitalar. O custo médico hospitalar é obtivo através do seguinte produto:

Frequência de utilização x Preço médio dos produtos de saúde

Com o resultado desse produto é possível chegar na VCMH, somando-se todas as variações dos preços e das frequências de utilização.

A metodologia do cálculo desse importante índice é reconhecida e aplicada na construção de índices de variação de custo per capita em saúde nos Estados Unidos, como o S&P Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index,  e em diversos outros países.

É importante ressaltar que são considerados apenas os planos individuais para o cálculo do índice, e por esta razão ele não reflete a variação dos custos dos planos coletivos.

Confira abaixo a evolução histórica do VCMH comparada a evolução do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice mais representativo de inflação que atinge a população brasileira:

Por que, em geral, o VCMH é superior à inflaçao?

No gráfico, notamos que a durante quase todo o período a variação do custo médico hospitalar esteve acima do IPCA, com exceção do ano de 2020 quando houve redução da demanda por procedimentos eletivos causada pela pandemia.

Note ainda o gráfico abaixo, em que três consultorias internacionais – AON, Mercer, Towers – calcularam quantas vezes a VCMH é superior à inflação da economia em 2017 (ano de realização do último estudo).

Os dados indicam o rápido crescimento dos custos médico-hospitalares acima de outros preços da economia. De acordo com o estudo do IESS, os resultados obtidos pelas três consultorias internacionais evidenciam que a inflação geral da economia não é o melhor indicador para comparação e evolução dos custos hospitalares, pois o VCMH possui particulares que a fazem superar de forma consistente, no caso do Brasil, o IPCA.

Um dos motivos que explicam a não comparabilidade entre os dois índices é fato do VCMH ser composto tanto pela variação do preço médio por procedimento de saúde quanto pela variação da frequência de utilização desses procedimentos, enquanto a inflação é resultado apenas da variação de preços de uma determinada cesta de produtos e serviços.

Tendo em mente a explicação acima fica fácil explicarmos os dois outliers da série histórica do VCMH:

  • Outlier 1 – Ano de 2020 com índice negativo: (-1,9%)
  • Outlier 2 – Ano de 2021 com índice batendo sua máxima: 27,7%
 

Caso 2020: Tivemos no ano de 2020, um cenário atípico devido a pandemia, em que diversos procedimentos e cirurgias eletivas foram canceladas ou adiadas. Isso fez com que a frequência de utilização caísse e, desta forma tivemos pela composição do índice, uma variação negativa.

Caso 2021: Note que em 2021, houve uma explosão no índice para 27,7%, enquanto o IPCA ficou em 10,1%. Podemos explicar uma inflação médica tão alta assim, quando enxergamos o cenário pós pandemia. Em 2021, diversos procedimentos e cirurgias eletivos voltaram a ser realizados ao decorrer do ano. Somado a demanda represada, estão os efeitos colaterais da postergação desses procedimentos e tratamentos, como diagnósticos tardios e agravamento de comorbidades que levaram a tratamentos de maior duração e custo. Vale destacar que esse comportamento não se limita ao Brasil. Em 2021 e 2022, a oferta não acompanhou o aumento e elevação da demanda e, em meio a um cenário de quebra das cadeias de suprimentos globais, com inflação crescente global, os custos de materiais, medicamentos e OPMEs elevaram.

Em 2022, o cenário ainda não foi normalizado e o custo continua crescente para as operadoras de saúde. 

Quais são os maiores impulsionadores do VCMH?

Fomentada pela preocupação geral com o aumento acelerado dos custos em saúde, foi realizado um estudo pelo IESS no qual analisa-se relatórios de três consultorias internacionais que são a Aon Hewitt, Mercer e Willis Towers Watson. Nele foram identificados alguns fatores para a tendência de aumento do índice, chegando à conclusão de que os principais impulsionadores do VCMH são:

  1. Envelhecimento da população gerando pressão e diversos impactos sobre os gastos de saúde, além de uma mudança no perfil epidemiológico do país;
  2. Incorporação da tecnologia na saúde;
  3. Elevação da utilização dos serviços de saúde;
  4. Modelo de pagamento fee-for-service.

Todo esse cenário vem estreitando margens das operadoras de saúde, mas quem é o verdadeiro vilão para elas?

O que esperar do VCMH para os próximos anos?

A curto prazo, com a desestabilização da cadeira de suprimentos o custo será crescente pressionando a sinistralidade das operadoras de saúde, que bateu recorde em 2021 e levou as operadoras a apresentarem o pior resultado da história no primeiro trimestre de 2022. Até a normalização do nível de utilização dos beneficiários e dos custos assistenciais, as operadoras terão de buscar eficiência operacional e controle de custos 

Entenda mais sobre as formas de controle de sinistralidade para as OPS.

A XVI Finance é uma consultoria financeira especializada com 10 anos de experiência no setor de saúde. Nos últimos anos, devido a elevação dos custos das operadoras de saúde, atuamos diretamente com planos de recuperação da rentabilidade para garantir sustentabilidade e competitividade para os negócios dos nossos clientes. Dentre nossas soluções, temos desenvolvido projetos importantes no Sistema Unimed, como Análises de Viabilidade para Hospitais, implementação de Programas de Valorização do Cooperado e a realização de operações de Incorporação de cooperativas

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