2020 e um olhar para o futuro das operadoras de saúde: Gestão de Custos

Olhando para o futuro das operadoras de saúde, um grande desafio se constrói: redução dos custos e despesas. Mas como fazer isso?

A nossa série de análises dos resultados das operadoras em 2020 nos trouxe alguns insights importantes sobre o passado e o futuro do setor:

Vimos que o Sistema Unimed tem um capital potencial de R$ 13,6 bilhões para investir na verticalização no Sistema.

Também que, em termos gerais, a redução dos procedimentos eletivos no ano gerou bons resultados para as operadoras, porém existe o risco de grandes picos de sinistralidade no futuro próximo devido a demanda represada.

E, por fim, que mesmo com a redução das carteiras de beneficiários em momentos de crises, ocorre o aumento das receitas das operadoras por repasses no ticket médio. Contudo, esta prática não será mais possível devido ao amplo aumento da competitividade do setor.

Voltando o foco ao Sistema Unimed, vem à tona a pergunta:

Como manter a boa remuneração dos cooperados e a sustentabilidade da cooperativa?

Dentre as diversas estratégias possíveis, vamos discutir três importantes mecanismos para gerenciamento de custos e despesas nas cooperativas:

  • Mudança do modelo de remuneração médica com foco em eficiência assistencial;
  • Verticalização das cooperativas: trazer o controle dos custos para dentro da operadora;
  • Atuar sobre nas despesas administrativas, foco em eficiência.

Eficiência Assistencial: Novos modelos de remuneração e incentivo

O modelo de remuneração geralmente praticado pelas operadoras de saúde é o fee-for-service, em que os pagamentos estão diretamente relacionados à produção, seja uma consulta, exame ou outro procedimento. Neste modelo, quanto maior a produção maior a remuneração. Portanto, há um incentivo para o excesso de utilização, o que pode favorecer os desperdícios assistenciais.

O gráfico abaixo ilustra a tendência de aumento na utilização de serviços assistenciais, que não necessariamente estão relacionados a melhores desfechos de saúde. Lembre-se não estamos falando em desassistência, mas sim de eficiência, ou seja, obter o melhor resultado com a utilização adequada de recursos, sem desperdícios.

Se analisarmos o total de contraprestações (receitas assistenciais) do setor, observaremos um crescimento constante. No entanto, como estamos tratando de um horizonte de tempo consideravelmente extenso, temos de levar em consideração que o valor de R$ 1 em 2007 não é o mesmo que R$ 1 em 2021. Por isso, eliminamos o efeito da inflação nas receitas para que possamos comparar adequadamente as receitas auferidas em cada ano.

Se plotamos em um gráfico a variação do Produto Interno Bruto brasileiro e a variação real das receitas das operadoras de saúde (OPS), notamos facilmente que estas movimentam-se em conjunto. Nos anos em que há recessão ou crescimento baixo da economia brasileira, nota-se um crescimento bem menor do que a média nas receitas, ainda que positivo. A correlação apresentada entre essas duas variáveis é de cerca de 70%.

Verticalização: Ter o controle nas mãos

Uma das principais ações realizadas pelas operadoras de saúde para ter maior controle sobre os custos é a verticalização. Essa é a estratégia vencedora seguida pelo setor.

Com dimensionamento adequado do projeto de investimento, e análise da viabilidade para cada cooperativa, recursos próprios, como centro de imagem, laboratórios e, principalmente, hospitais garantem aos beneficiários o atendimento com a alta qualidade do selo Unimed e para a cooperativa reduz outras formas de desperdício assistencial. 

Não são poucos os casos de internações na rede em prazos maiores que dos hospitais próprios (às vezes até o dobro de dias), custos de exames acima da média do mercado, além da própria margem praticada pelos prestadores. Isso se dá porque, em geral, o modelo de remuneração praticado pelos prestadores de serviço, também é o fee-for-service, o que incentiva os prestadores a aumentar a utilização de seus serviços.

Ter as próprias mãos ao volante, e garantir atendimento de qualidade e eficiente para o beneficiário e trabalho para o cooperado são alguns dos benefícios que a verticalização traz para a cooperativa.

Eficiência Operacional: Controlar também as Despesas Administrativas

O indicador mais claro de ganho de escala no Sistema Unimed é através das despesas administrativas, fizemos uma análise sobre esse assunto no passado, então não vamos nos estender, fato é que essa análise permanece válida até hoje.

Naquela análise verificamos a relação entre as receitas operacionais¹ e o peso das despesas administrativas em relação as receitas operacionais. Ao atualizar o estudo para os dados de 2020 notamos que a relação continua a mesma:

Dada a relação estabelecida entre despesas administrativas e receitas operacionais e a maior dificuldade de realizar reajustes nas receitas, torna-se claro que devemos atuar sobre o numerador e não sobre o denominador. Portanto, a melhor forma de atuar nesse indicador é atacando as despesas administrativas, com foco na: eficiência, ou seja, verificar e eliminar desperdícios também na sua estrutura administrativa.

E para por aí?

Não, pelo contrário, existem diversas estratégias para aumentar a eficiência das cooperativas e garantir sustentabilidade e boa remuneração para os cooperados, como:

  • Estratégia de consolidação das cooperativas menos eficientes;
  • Expansão dos produtos e estratégias de vendas, buscando outros perfis de clientes para suas carteiras;
  • Formação de centros compartilhados de curtos, como centros de distribuição, compras conjuntas de materiais, call center entre outros;
  • E o que tratamos no início da série, acesso ao mercado de capitais, começando pelos Fundos de Investimento Imobiliário para construção de hospitais.

Conte conosco para encontrar a melhor forma de garantir sustentabilidade para sua cooperativa!

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