Façamos uma pausa. Vamos discutir sobre nosso Modelo de Negócios? Como deve ser a nova remuneração de Médicos, Clínicas e Hospitais?
Em nossa última reunião com uma Unimed, a Diretoria sabiamente nos fez refletir sobre como a remuneração de Médicos, Clínicas e Hospitais na saúde é pautada pela doença. Explico: todos ganham dinheiro quando o paciente fica doente e não com o oposto.
Como deveriam ser os Lucros
Normalmente, os lucros são provenientes da quantidade e tipos de procedimentos, consultas e aquisições de materiais e medicamentos. É uma situação crítica, quando pensamos que os planos são de “saúde” e não de “doença”, mas a fórmula é clara: “+ Doenças = + Lucros”!
Quer um exemplo? Enquanto os planos de saúde perderam mais de um milhão de beneficiários em 2017, os pedidos de exames cresceram 12%, sendo que 30% dos exames de imagem nem sequer foram consultados. Essa visão é compartilhada também pelo Professor de Medicina da USP, Dr. Mário Scheffer: “os convênios não trabalham tanto com prevenção e promoção de saúde, ficam focados na atenção especializada (…) o tempo que deveria ser gasto com anamnese e conversa com o paciente é substituído pela indicação de exame”. (Fonte: Estadão (2017)
Claramente, é um desperdício de dinheiro e tempo e ninguém quer pagar. E não basta ser caro, o serviço também é ruim. Praticamente todos os clientes (96%, pra ser exato) relataram problemas na utilização dos serviços no último ano (Fonte: Folha de São Paulo (2018).
É natural pensar num modelo diferente de remuneração e prestação de serviços. Tal como ocorre em outros setores, é necessário desenvolver uma fórmula que incentive a eficiência, qualidade e resolutividade de todos agentes envolvidos. Alguns hospitais já adotaram modelos diferentes saindo do “fee for service” (remuneração por cada tipo de serviço ou procedimento) para um formato mais justo para quem paga a conta. Para não incentivar a utilização desnecessária, também estão fomentando pacotes de remuneração fixa. Corroboramos com a visão do Hospital Albert Einsten, “a intenção é deixar de remunerar o serviço e remunerar o resultado”. Veja a matéria completa aqui.
Muitas UNIMEDs já entenderam a lição. A Unimed Belo Horizonte, por exemplo, implantou um modelo de remuneração dos com base nos indicadores assistenciais e de gestão, o chamado GUIA – Gestão Unimed de Indicadores Assistenciais. Em seu formato mais robusto, o modelo irá remunerar também com base na qualidade do atendimento dos médicos e prestadores e na satisfação do cliente. O formato ganhou destaque no sistema Unimed e muitas operadoras vêm seguindo com projetos similares. Para conhecer mais o modelo, Conheça o modelo aqui.
E você, o que acha? Qual a sua opinião sobre a melhor forma de remuneração no setor? Como determinar adequadamente a remuneração de Médicos, Clínicas e Hospitais?
Uma coisa é clara: estamos passando por grandes mudanças e precisamos promover a saúde e o bem estar. Como então ganhar dinheiro assim? Uma coisa já é fato: a sociedade não vai pagar a conta da ineficiência.
Vamos todos juntos construir o futuro da saúde no Brasil!