Utilização de modelos preditivos para maior sustentabilidade das OPS.

Estudo, realizado com dados de 677 operadoras, buscou desenvolver um modelo preditivo para identificar as OPS em risco de falha.

A saúde suplementar desempenha um papel crucial, oferecendo acesso a serviços de saúde privados a mais de um quarto da população brasileira. No entanto, temos observado uma tendência de redução no número de operadoras de planos de saúde (OPS) sinalizando a concentração do setor. As razões dessa redução no número de operadoras incluem o encerramento das operações por pedido da operadora, por determinação da ANS, por operações de fusão e aquisição entre outros.

Um estudo recente lançou luz sobre essa questão, investigando as saídas de OPS do mercado relacionadas a falhas corporativas. Essas falhas incluem situações de falência, inadimplência e, de forma mais ampla, a incapacidade das operadoras em cumprir suas obrigações com os stakeholders.

O estudo utilizou uma abordagem empírica, empregando a técnica de regressão logística em dados de 677 operadoras entre 2014 e 2020. O objetivo era desenvolver um modelo preditivo para identificar as OPS em risco de falha. Os resultados revelaram diversas variáveis relevantes:

  1. Margem EBITDA – capacidade de geração de caixa operacional – OPS em risco de falha tendem a apresentar médias negativas ou inferiores às OPS saudáveis.
  2. Alavancagem financeira – Um aumento na participação do capital próprio diminui as chances de falha.
  3. Liquidez – evidenciando a disponibilidade de recursos financeiros – Variáveis como o capital de giro sobre receita total e ativos financeiros sobre passivo circulante mostraram-se indicadores atrelados ao menor risco de falha. 
  4. Representatividade dos Ativos Financeiros mais Recebíveis de Curto Prazo frente ao Passivo Circulante – também representando um medida de liquidez, mas neste caso adicionando os recebíveis de curto prazo – Contrariando expectativas, um aumento nesse indicador está associado a um maior risco de falha, sugerindo a necessidade de atenção especial aos volumes de recebíveis.
 

Além disso, o estudo identificou duas variáveis categóricas, aquelas não quantitativas, que influenciam nas chances de falha: OPS autogeridas ou cooperativas médicas apresentam menor risco.

O modelo desenvolvido demonstrou uma capacidade discriminatória elevada, com uma taxa de acurácia de 77,8% na previsão do evento de interesse na amostra teste.

Esses achados destacam a importância de uma análise criteriosa das finanças e operações das OPS no contexto da saúde suplementar. A compreensão dessas variáveis pode ajudar a identificar precocemente as operadoras em risco, permitindo ações preventivas e políticas regulatórias mais eficazes para garantir a estabilidade e a qualidade do setor de saúde suplementar no Brasil.

Este estudo oferece uma visão valiosa para os stakeholders do setor, incluindo reguladores, operadoras de planos de saúde e beneficiários, visando promover um ambiente mais resiliente e sustentável para a saúde suplementar no país.

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Fontes:

CINTRA, Vinícius Gabriel Silva. Previsão de falhas corporativas nas operadoras de planos de saúde de assistência médica: uma análise do setor de saúde suplementar brasileiro. 2022. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2022. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-24012023-100709/. Acesso em: 01 fev. 2024.

Vinicius Cintra

Vinicius Cintra

Diretor de Projetos na
XVI Finance

Ulisses Rezende Silva

Ulisses Rezende Silva

Diretor Comercial na
XVI Finance

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