A demografia médica brasileira em 2023

Um release de dados apresentados no estudo realizado pela AMB em parceria com a Faculdade de Medicina da USP.

A demografia médica é o estudo da distribuição, concentração e perfil médico. Na publicação de hoje, ilustraremos alguns dos destaques trazidos no estudo realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP.

O estudo traz à luz importantes informações a respeito do perfil dos médicos brasileiros, como idade, gênero, distribuição regional, estadual e municipal, nível de especialização entre outas. Possibilita ainda, compreender como o número de médicos tem evoluído no país, por meio de um panorama histórico e de estatísticas de projeção baseadas na distribuição e oferecimento de cursos de graduação e especialização.

Por meio destes indicadores é possível compreender o nível de suprimento da saúde brasileira em razão de médicos por habitante, bem como quais as regiões com maior e menor densidade médica.

Atualmente, segundo o estudo, o Brasil conta com 562 mil médicos, volume que dobrou em comparativo ao registrado no ano 2000, em que o Brasil registrava 219 mil médicos. Este crescimento pode ser explicado principalmente por dois elementos: a baixa saída de médicos do mercado e a ampliação da oferta e procura por cursos de graduação em medicina.

O crescimento vegetativo do número de médicos, ou seja, aquele motivado pela evolução natural da população não seria o suficiente para explicar o movimento citado acima, uma vez que a taxa de crescimento do número de médicos supera ano a ano a taxa de crescimento populacional (que inclusive apresenta decrescimento).

Como destacado, a baixa saída de médicos do mercado apresenta-se como uma das causas para a consistente evolução do número de médicos em atividade no país. Entre os anos de 2000 e 2021, foram registrados 330 mil novos cadastros médicos, à medida em que saíram do mercado, em razão de aposentadoria, falecimento ou cancelamento do cadastro, 34 mil, o que representa uma entrada líquida de 296 mil médicos no período.

Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2023; OCDE

Observamos nos últimos 20 anos, um perfil bastante discrepante entre a evolução das entradas e saídas de cadastros médicos, enquanto as saídas apresentaram crescimento tímido no período, registrando uma média de 1.554 saídas anuais, as entradas dispararam, passando de 8,1 mil para 25 mil entradas anuais.

O perfil de baixa saída de médicos na saúde brasileira pode ser justificado pela idade média dos médicos brasileiros, o estudo aponta que apenas 28% dos médicos brasileiros encontram-se acima dos 55 anos, perfil que tem relação direta com o crescimento acentuado do número de médicos nos últimos 20 anos, e que fornece uma base de médicos jovem com menor propensão ao encerramento da carreira.

O gráfico abaixo ilustra o segundo ponto de destaque relacionado ao crescimento do número de médicos no Brasil, a evolução da oferta e procura por cursos de graduação em medicina, que praticamente dobraram na última década, sendo que de 2013 a 2020 observamos o número de alunos ingressantes dobrar, com um crescimento representativo de ingressantes ano a ano.

Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2023; OCDE

Devido a este crescimento o Brasil atingiu em 2023 uma razão de 2,6 médicos para cada habitante, porém, essa distribuição não se dá de forma homogênea pelo território brasileiro. A maior parte dos médicos concentra-se na região Sudeste, como é esperado, uma vez que a região possui a maior população dentre as regiões Brasileiras. A razão de médicos na região supera o observado para o Brasil, com 303 mil médicos, o Sudeste possui uma razão de 3,39 médicos para cada mil habitantes. 

Na sequência, apresentam-se a região Centro-oeste, com 51 mil médicos e uma razão de 3,1 médicos p/1000 habitantes, a região Sul com 90 mil médicos e uma razão de 2,95 para cada mil habitantes, o Nordeste, com 111 Mil médicos e uma proporção de 1,93 para cada mil habitantes e por fim, encontra-se a região norte, que conta com 27 mil profissionais e uma razão de 1,45 médico para cada mil habitantes.

A nível estadual destacam-se com uma razão de médicos por mil habitantes acima de 3 os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal. Este último é responsável ainda pela maior razão de médicos por habitante dentre as Unidades federativas, com 17 mil médicos e uma razão de 5,53 médicos por mil habitantes.

São Paulo destaca-se em número de médicos, com 22% da população Brasileira, o estado detém 163 mil médicos, 28% dos médicos do Brasil, o que garante ao estado uma razão de 3,5 médicos para cada mil habitantes. No gráfico abaixo é possível conferir a razão entre médicos e habitantes em cada um dos estados brasileiros.

Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2023; OCDE

A diversidade da oferta médica em todo o território nacional aponta para os desafios da prestação de serviços de saúde no Brasil, como a alta competividade em determinadas regiões, ao passo que muitas apresentam carência de atendimento.

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Esse é apenas um recorte do conteúdo abordado no estudo, e ilustra a ascensão do mercado de saúde brasileiro, que está em pleno desenvolvimento, sendo o crescimento ainda uma forte tendência do setor. Tem interesse no mercado de saúde? Veja outras publicações como essa em nosso blog.

Douglas dos Santos

Douglas dos Santos

Consultor Junior
XVI Finance

Prof. Dr. Ulisses Rezende

Prof. Dr. Ulisses Rezende

Sócio Diretor
XVI Finance

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