Holding: formação estratégica para expansão e investimento

Quais as vantagens e desvantagens de uma holding e como ela pode auxiliar empresas do setor de saúde nos investimentos e projetos de expansão.

Se perguntassem a você a definição de estratégia, seria capaz responder sem titubear?

Não é mistério algum que o sucesso de uma companhia depende majoritariamente de uma estratégia eficiente. Porém definir estratégia não é algo que venha automático, mas nem tão pouco chega a ser complexo em demasia.

A estratégia de uma empresa consiste nas competências utilizadas para que ela consiga atingir seu propósito. Entendo a estranheza que a frase anterior possa ter gerado, mas é simples assim. A estratégia é a combinação das competências almejadas no longo prazo que guiarão as demais decisões. Faz-se necessário, para que não haja equívocos conceituais, diferenciar as questões estratégicas das táticas, pois essas últimas consistem em ações de curto prazo que independem de vetores externos, sendo que o sucesso deriva unicamente da eficiência de sua implementação.

Confuso?! Ilustremos com um exemplo: a pouco discutimos aqui sobre a expansão observada nos últimos anos pelas medicinas de grupo, nestes casos, tornar-se verticalizada e comprar o hospital A ou B é uma decisão estratégica.

Agora, provavelmente, o título deste artigo deve estar incomodando um pouco, aliás como a holding pode compreender em uma formação estratégica?!

O que é uma holding?

A expressão holding advém do verbo inglês “to hold” cujo significado é controlar ou manter. Na linguagem prática essa é a definição de uma holding, uma empresa que controla ou mantém outras empresas, quer por meio de ações ou por meio de quotas. Em três palavras: é uma investidora.

Em geral, as organizações optam por abrir uma holding com o intuito de organizar o patrimônio societário, realizar investimentos ou blindar o patrimônio. Dentre as sociedades das quais participa, a holding pode deter influência nas deliberações políticas administrativas e financeiras ou não, isso variará da quantidade de participação que ela detém das organizações.

Existem diversas classificações em que essas sociedades podem se enquadrar. A holding considerada como pura possui todo seu patrimônio investido em outras companhias, nestes casos, como não possuem operacional, suas receitas consistem em sua totalidade de juros sobre capital próprio e dividendo das empresas dais quais ela detém participação.

As holdings puras podem ser de administração ou de participação, essas primeiras centralizam a administração de outras sociedades, enquanto as de participação possuem participação minoritária nas empresas.

Já uma holding mista possui, além de quotas ou ações em outras sociedades, atividades empresariais próprias, ou seja, parte de sua receita origina-se da comercialização de bens ou serviços. A holding ainda pode ter o objetivo de ser proprietária exclusivamente de imóveis, essas são chamadas holdings imobiliárias.

Pessoas com patrimônios substanciais, procurando diminuir os custos dos impostos incididos sobre sua fortuna e aumentar a proteção patrimonial, passam a utilizar as holdings patrimoniais. Há também famílias que utilizam a sociedade para, além do já mencionado, organizar/administrar o patrimônio e planejar a sucessão hereditária. Essas são as famosas holdings familiares, que podem ser puras ou mistas.

As holdings podem formar ainda com suas investidas grupos de sociedade para centralizar a governança corporativa. No grupo de sociedade, cada empresa mantém sua autonomia e personalidade elas apenas formalizam a relação interempresarial. Essa estrutura possibilita que as empresas compartilhem recursos, façam planos globais e melhorem a governança corporativa.

Vantagens e desvantagens da holding

Ao ler sobre o que consiste uma holding e como ela funciona, provavelmente já veio em sua mente algumas possíveis vantagens e desvantagens que poderia advir dessa modalidade. Podemos começar elencando o fato de a Holding consolidar o poder econômico das sociedades do grupo em uma só entidade, ampliando as oportunidades administrativas e financeiras. Essa centralização cria um maior dinamismo na utilização dos recursos e maior facilidade para a aplicação de projetos.

A facilidade e simplificação promovida pela estrutura administrativa da holding já se classifica como uma imensa vantagem, pois ela pode tornar o planejamento estratégico e a atuação da empresa no mercado mais sofisticada e acurada. Além disso, a centralização do processo decisório possibilita uma gestão mais profissional e de alto nível.

A holding também impacta positivamente nos projetos de expansão, possibilitando uma visão holística e mais assertiva da realidade das empresas e possibilidades existentes.

Outra vantagem competitiva que a holding possibilita é o aumento do poder de barganha, tanto com os fornecedores de equipamentos, instalação e contratação de projetos de construção, além da negociação e obtenção de recursos financeiros, tanto no mercado de capitais quanto com instituições financeiras.

Pode-se otimizar também através da holding as despesas administrativas. A holding cria a possibilidade de que as atividades de marketing e recursos humanos estejam apenas centralizadas, minimizando os custos e permitindo a maior qualificação dos serviços destas áreas.

 Contudo, como nem tudo são flores, podem ocorrer conflitos entre os acionistas ou quotistas minoritários em algumas situações, seja em relação ao planejamento financeiro ou o operacional. Podem também surgir preocupações acerca da distribuição obrigatória de dividendos para as sociedades anônimas.

As holdings no setor de saúde

No setor de saúde suplementar as holdings são muitos comuns e estão entre os principais players do mercado. Umas das holdings mais conhecidas é a Athena, do fundo de investimento Pátria. A Athena possui atualmente quase meio milhão de beneficiários, sendo quatro operadoras de plano de saúde, sete hospitais e quarenta e sete estabelecimentos divididos em clínicas e pronto socorros.

A Hapvida é um ótimo exemplo de uma empresa que poucos sabem que se configura como holding. Vale ressaltar ainda que um dos investimentos pretendidos pela holding é uma fusão com outa gigante da medicina de grupo, o Grupo NotreDame Intermédica. Se ainda não leu sobre essa negociação, confira o artigo que elaboramos descrevendo como ficaria o mercado com a nova empresa que surgiria.

Ente as cooperar médicas a utilização das holdings como mecanismo de expansão e investimento é muito comum. Podemos citar como exemplos as holdings pertencentes a Unimed Porto Alegre e a da Unimed seguradora. A holding da Unimed Porto Alegre, pouco após o seu lançamento em 2019, adquiriu controle total da operadora de saúde Sulmed e a compra de 20% de uma empresa especializada no desenvolvimento de softwares para o setor médico.

Texto realizado pela analista Julia Lopes com auxilio do Diretor de Negócios Prof. DR. Adriel Branco

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