Avaliação de Pequenas Empresas – Conheça as diferenças!

valiação Pequenas Empresas

Uma das grandes lacunas dentro do tema de avaliação de empresas é sua aplicação para o caso de pequenas empresas. Especialmente no caso brasileiro, onde há diferenças quanto à forma tributária e outros aspectos importantes para micro e pequenas empresas, este tema se torna ainda mais relevante, já que as conhecidas referências de livros, cursos de MBA e especialização em Finanças ensinam a metodologia de forma impecável, mas em um ambiente onde as empresas são tratadas de forma idêntica à teoria e há ampla quantidade de informação disponível. Mas como adaptar a análise para o caso de pequenos negócios, como padarias, lojas regionais de vestuário, restaurantes e outros empreendimentos familiares? Confira neste artigo as principais as principais diferenças que devem ser levadas em consideração ao se avaliar pequenas e médias empresas!

1. Benefícios Fiscais?

Por mais que possa parecer um contrasenso à primeira vista, os principais livros de Avaliação de Empresas defendem que a utilização de dívidas pode ser benéfica para o valor da empresa. Por que isso acontece? Vejamos, pois, o efeito que o endividamento gera sobre a empresa: maiores despesas financeiras, que reduzem o lucro da empresa. Com esse lucro reduzido, pagamos menos impostos, certo? Isso é chamado de benefício fiscal (ou, do ingles, tax-shield), significando que a utilização de dívidas reduz o lucro a ser tributado. Por este e outros motivos, dizemos que o custo de financiamento de terceiros é menor do que o custo de capital próprio, que é o caso onde os sócios investem na empresa.

Isso funciona para o caso de pequenas empresas? Na grande maioria das vezes, não! No Brasil, temos tratamentos fiscais diferentes para diversos tipos de empresas, que podem ser classificadas nos regimes Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Para as duas primeiras,onde encontram-se a maioria das pequenas e médias empresas e negócios familiares, a tributação ocorre sobre o faturamento, e não sobre o lucro! Assim, eventuais despesas financeiras não deduzem a quantidade de impostos pagos! Note também que o mesmo vale para a depreciação: nestes casos, benefícios como os dados pelo processo de Depreciação Acelerada Incentivada, os quais deduzem o lucro tributável no curto prazo, não surtem efeito sobre as despesas tributárias. 

Com base nisso, verifica-se que um dos grandes erros cometidos por gestores financeiros e analistas de pequenas empresas é assumir que o custo de endividamento e outras formas de redução do lucro a ser tributado irão trazer benefícios fiscais, o que irá comprometer a consistência da análise. Assim, deve-se sempre se atentar à forma tributária na qual a empresa está situada antes de tirar qualquer tipo de conclusão sobre os possíveis efeitos positivos de tais estratégias!

2. Risco do negócio e custo de oportunidade das pequenas empresas

Após avaliar quanto a empresa gera de resultados para seus sócios, devemos pensar também em uma outra questão essencial: quanto ela deveria estar gerando, dado seu nível de risco? Isso é conhecido no mundo das finanças como custo de oportunidade do capital próprio, ou seja, o quanto um investidor deveria estar ganhando ao colocar seu dinheiro em um negócio, dado o risco que esse negócio tem. Mesmo sendo um tema de muita discussão, a metodologia mais utilizada para a estimação do custo de capital próprio é conhecida como CAPM (Capital Asset Pricing Model), ou modelo de precificação de ativos. Por ser amplamente utilizada, muitos analistas não se atentam às limitações desta metodologia, estimando um custo de oportunidade em condições de risco de mercado para grandes empresas. Fica, então, a questão: o risco de mercado de grandes e pequenas empresas de um mesmo setor é o mesmo? A resposta é não, o que prejudica nossa análise de maneira significativa!

Como, então, levar em conta esse “adicional” de risco de pequenas empresas, que estão mais expostas aos riscos de um mercado? Foi pensando neste motivo que alguns analistas começaram a incluir um “Prêmio” de risco para estes negócios, ou seja, um adicional a ser exigido na rentabilidade do negócio, que ficou conhecido como “size premium” ou “prêmio de tamanho”. Esse ajuste, de fato, ficou tão famoso, que a Ibbotson Associates, um famoso grupo da área de soluções para investimentos calcula, todo ano, os prêmios de risco de tamanho a serem exigidos para diversos níveis de faturamento. Levar em consideração esse risco é essencial, já que podemos estar superestimando o valor de uma empresa em nossa análise.

3. Quantidade de informações disponíveis

As tradicionais metodologias de avaliação de empresas assumem que temos amplo conhecimento de algumas variáveis-chave do negócio que estamos analisando, como a taxa de crescimento dos lucros, as margens e giro do negócio, quantidade de investimentos, nível de endividamento, etc. Para sociedades anônimas de capital aberto no Brasil, onde é obrigatória a divulgação de dados contábeis e outras informações relevantes do negócio, tais informações podem ser facilmente obtidas. Para um negócio familiar, a situação fica mais complicada, pois, muitas vezes, não podemos confiar nos dados gerados pela contabilidade.

Nestes casos, deve-se priorizar informações setoriais, obtidas através de organizações setoriais, órgãos de defesa da atividade e centros de pesquisa na área, tais como associações do setor, sindicatos, etc. Além disso, é essencial utilizar o conhecimento do gestor acerca do negócio e suas informações gerenciais, que são indicadores muito melhores da rentabilidade do negócio que os dados contábeis.

Saiba mais sobre como avaliar pequenas empresas!

O artigo procurou responder às principais questões sobre as peculiaridades de se avaliar pequenas empresas. No entanto, ainda existem aspectos menores, mas com grande impacto na análise, que devem ser considerados. Tem um negócio que se encaixa no tema deste artigo e precisa de ajuda? Entre em contato conosco e conte com a expertise em consultoria empresarial para pequenas empresas da XVI Finance para auxiliá-lo nesta análise!

Ficou curioso para ver como isso acontece na prática? A XVI Finance recentemente ministrou uma palestra de Fundamentos em Finanças na Supera, um dos maiores e mais importantes pólos de incubação de empresas do Brasil, situada em Ribeirão Preto, onde foram abordadas as principais técnicas utilizadas para mensurar o valor de um empreendimento aplicadas exclusivamente a pequenas empresas, startups e negócios familiares. Faça o download de nosso conteúdo e confira um passo a passo sobre as principais métricas utilizadas para se avaliar pequenas e médias empresas!

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