No primeiro semestre de 2022, as operadoras de saúde enfrentam um cenário preocupante, com prejuízos crescentes que colocam em risco a sustentabilidade do setor. É essencial entender as causas desses resultados e as medidas que podem ser adotadas para reverter essa tendência.
Há poucos meses, divulgamos um estudo que mostrava o pior primeiro trimestre dos últimos anos, quando a Saúde Suplementar teve prejuízo no geral de suas operações. Em outro estudo, explicamos como a evolução da inflação médica tem impactado o setor.
Esta semana a ANS divulgou os demonstrativos financeiros do primeiro semestre, que mostraram um aumento no déficit dos resultados gerais. Os dados comprovam os estudos realizados pela consultoria: O setor cresceu 1,65 milhões de beneficiários (crescimento de 3,4%) entre junho de 2021 e junho de 2022, o reajuste negativo em 8,2% limitou o crescimento das receitas das operadoras. Comparando o primeiro semestre de 2021 com o mesmo período de 2022, foi verificada uma redução de 1,7% das receitas e um crescimento de 3,2% dos custos.
O resultado operacional, aqui representado pelo EBITDA, das operadoras de saúde dos 6 primeiros meses foi negativo em R$ 822 milhões. A título de comparação, em 2018 foram produzidos R$ 5 bilhões e em 2019, 6 bilhões:
Os resultados mostram que os meses de abril a junho foram ainda piores que os primeiros meses do ano. O prejuízo operacional no primeiro trimestre foi de R$ 248 milhões, enquanto no segundo trimestre o prejuízo chegou a R$ 574 milhões.
As operadoras conseguirão reverter o prejuízo?
A maior parte dos resultados gerados no ano estão no primeiro semestre, o gráfico abaixo mostra a composição do EBITDA anual por trimestre, com base nele é possível notar que cerca de 55% dos resultados das operações.
Ou seja, as OPS terão um espaço menor para tentar reverter esse resultado, e medidas de controle de sinistralidade e recuperação das receitas devem ser avaliadas com certa urgência.
Apesar disso, os dados indicam que pela primeira vez na história, a Saúde Suplementar pode apresentar um prejuízo operacional em 2022. Além da alta concentração dos resultados no primeiro semestre, o reajuste indicado pela ANS para 2022 e 2023 poderão ser insuficientes. Em nosso próximo estudo, mostraremos as estratégias que algumas operadoras têm adotado para o controle da sinistralidade.
As operadoras de saúde suplementar enfrentaram um aumento significativo nos prejuízos operacionais no primeiro semestre de 2022. Apesar do crescimento no número de beneficiários, os reajustes negativos nas receitas e o aumento dos custos resultaram em um EBITDA negativo de R$ 822 milhões. Com a maior parte dos resultados concentrados nos primeiros seis meses, as operadoras têm pouco tempo para reverter essa situação. A urgência em controlar a sinistralidade e aumentar receitas é evidente para evitar um prejuízo histórico no setor.
Saiba mais sobre
Qual foi o prejuízo operacional das operadoras de saúde no primeiro semestre de 2022?
O prejuízo operacional foi de R$ 822 milhões.
Qual foi o crescimento de beneficiários entre junho de 2021 e junho de 2022?
O setor cresceu 1,65 milhões de beneficiários, um aumento de 3,4%.
Qual o impacto dos reajustes negativos nas receitas das operadoras?
Houve uma redução de 1,7% nas receitas comparado ao primeiro semestre de 2021.
Como os custos das operadoras mudaram no período analisado?
Os custos das operadoras cresceram 3,2% no primeiro semestre de 2022.
Quais foram os resultados operacionais no segundo trimestre de 2022?
O prejuízo operacional foi de R$ 574 milhões.
Qual a importância do controle de sinistralidade para as operadoras?
O controle da sinistralidade é crucial para tentar reverter os prejuízos e melhorar os resultados financeiros.
O que você achou disso?
Clique nas estrelas
Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 7
Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.
Lamentamos que este post não tenha sido útil para você!
Vamos melhorar este post!
Diga-nos, como podemos melhorar este post?