Como seria o grupo formado por Hapvida e NotreDame?

Como seria o grupo formado por Hapvida e NotreDame

Estou acompanhando de perto as movimentações no mercado de saúde suplementar e a fusão entre Hapvida e NotreDame Intermédica é um evento que chama a atenção, tanto pelo seu impacto financeiro quanto pela transformação que trará ao setor.

No início da tarde de hoje (08/01), o mercado de saúde suplementar foi surpreendido com a divulgação da possível fusão entre o Grupo NotreDame Intermédica e a Hapvida, fato confirmado no final da tarde em fato relevante divulgado por ambas as empresas (HAPV e GNDI)

A reação nas ações de ambas as companhias foi imediata. A Hapvida (HAPV3) subiu quase 25%, enquanto os papéis da NotreDame Intermédica (GNDI3) alcançaram alta de 30%, por volta das 14h do pregão desta sexta-feira (8).

A especulação de uma possível fusão entre as empresas já é pauta de discussão no mercado há algum tempo, contudo, contudo ela pode ocorrer antes do imaginado. A junção destas companhias irá criar um grupo com valor de mercado estimado em mais de R$ 100 bilhões de reais. Serão mais de 8 milhões de beneficiários, 17% do market share de beneficiários de assistência médica, 67 hospitais com 6 mil leitos e 277 centros clínicos, 175 laboratórios entre outras infraestruturas

Desde 2018, após a abertura de capital na bolsa, as empresas têm aumentando consideravelmente suas participações no mercado ao realizar diversas aquisições, incluindo a compra de operadoras verticalizadas, carteiras de beneficiários e infraestruturas assistenciais.

Para se ter uma ideia do crescimento destas operadoras, devemos fazer uma análise de seus números consolidados. Ao final do 2018 (4T), o Grupo Hapvida tinha uma carteira de 2,36 milhões de beneficiários de planos de saúde, enquanto a NotreDame Intermédica possuía 2,22 milhões de vidas. Passados praticamente dois anos, no consolidado de Novembro da ANS, a Hapvida já possuía cerca de 3,93 milhões de beneficiários de planos de saúde, enquanto a NotreDame Intermédica aumentou sua carteira para 4,13 milhões. Assim, nota-se um espantoso crescimento da carteira de ambas as operadoras: 66,5% no caso do Grupo Hapvida e 86,0% para a NotreDame Intermédica, números que se tornam ainda mais impressionantes se considerarmos que, neste mesmo período, o número total de beneficiários no Brasil apresentou crescimento de apenas 0,6%.

Vale ressaltar também a distribuição de beneficiários dessas duas operadoras, conforme ilustrado nos mapas a seguir. Enquanto o Grupo Hapvida possui forte share de mercado nas regiões Norte e Nordeste, a NotreDame Intermédica concentra suas operações principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Assim, do ponto de vista geográfico, as operadoras possuem distribuições de beneficiários complementares. Logo, uma possível fusão do Grupo Hapvida e da NotreDame Intermédica criaria uma operadora com presença marcante em todo território nacional. Essa distribuição geográfica complementar favoreceria a aprovação do CADE, conforme explicamos na publicação “Por que o CADE aprovaria a fusão entre Hapvida e NotreDame?”



Ademais, além da expansão da carteira de beneficiários e de crescimento de market share, as duas operadoras têm apresentado um aumento de suas receitas líquidas, caixa gerado nas operações (EBITDA) e lucros líquidos. Veja nos quadros seguintes:


A fusão dessas operadoras criaria um grande grupo não apenas em quantidade de beneficiários e market share, mas também uma empresa com grande geração de receitas, resultado operacional e lucro líquido. Somando os resultados de ambas as empresas teríamos uma receita líquida de 14,14 bilhões de reais, EBITDA de 2,991 bilhões e lucro líquido de 1,468 bilhões. Além da carteira de beneficiários e infraestrutura assistencial verticalizada, a empresa terá acesso a mais capital para a continuidade da sua expansão tornando-se uma ameaça ainda maior para outras operadoras de saúde no país.

Fontes:

  1. Dados de novembro da ANS;
  2. Somadas as fusões e aquisições divulgadas pelas empresas;
  3. Dado dos relatórios de mercado divulgados pelas companhias em seus RIs.

P.S. Texto produzido pelo analista Vitor Martins Oliveira com apoio do Gerente de Inteligência de Mercado José Luis Orsi e pelo consultor Eduardo Kfouri Forero.

A fusão entre Hapvida e NotreDame Intermédica está prestes a transformar o mercado de saúde suplementar no Brasil. Combinando suas carteiras de beneficiários, infraestrutura, e presença geográfica complementar, essa união cria um gigante do setor com um valor de mercado acima de R$ 100 bilhões. O impacto será significativo, tanto no aumento da competitividade quanto na capacidade de expansão e melhoria dos serviços oferecidos.

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Qual o impacto da fusão no mercado?
A fusão cria uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, com ampla presença nacional e aumento da competitividade.

Quantos beneficiários a nova operadora terá?
A empresa resultante terá mais de 8 milhões de beneficiários.

Qual será o valor de mercado da nova empresa?
O valor de mercado estimado supera os R$ 100 bilhões.

Quais regiões são cobertas pelas operadoras?
Hapvida é forte no Norte e Nordeste, enquanto NotreDame tem grande presença no Sudeste e Sul.

Qual a importância geográfica da fusão?
As empresas possuem operações complementares, cobrindo praticamente todo o território nacional.

Como a fusão afetará os concorrentes?
A fusão cria um competidor mais robusto, pressionando outras operadoras a se adaptarem e inovarem.

 

Saiba mais sobre Análise da aquisição da Medical pela Hapvida

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