Na segunda-feira passada (8 de junho), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em live da terceira rodada de medidas emergenciais durante a pandemia, anunciou uma linha de crédito emergencial de R$2 bilhões para o setor da saúde.
A medida tem como objetivo injetar liquidez às entidades que estão na linha de frente de combate à pandemia, como hospitais e laboratórios. O setor tem sofrido com uma limitação de recursos financeiros e assistenciais, e tem alta necessidade de capital de giro no momento. Segundo estimativa do SindHosp, divulgado pela UOL, o aumento da ociosidade de alguns recursos assistenciais durante a pandemia levou um prejuízo bilionário ao setor de saúde. Segundo o presidente do sindicato, o setor deve sofrer com queda de 10% de toda mão de obra. Portanto, o estímulo do governo busca promover maior sustentabilidade para o setor nos próximos meses.
Para ter acesso a linha de crédito, os pré-requisitos são:
- Beneficiados: Empresas do setor privado com faturamento acima de R$300 milhões por ano;
- Limite: máximo de R$200 milhões;
- Juros: Selic + 1,5% a.a. + spread de risco;
- Prazos: até 48 meses com 12 meses de carência.
No dia de ontem (17 de junho) houve corte da Selic, agora em 2,25%, o que leva o custo da dívida ser ainda menor.
Setor de saúde ainda aquecido em 2020:
O mercado brasileiro de saúde privada anda aquecido nos últimos anos. Com o maior interesse de investidores estrangeiros no mercado de saúde brasileiro e o IPO de empresas do setor, segundo o BTG Pactual, entre 2018 e 2020, houve 30 aquisições de hospitais no país (Brazil Journal). Segundo o Com Dinheiro, o setor apresentou retorno médio de ações na bolsa de 69,65% em 2019 (Seu Dinheiro). No final do ano, o Suno Research colocou o setor de saúde como um dos três setores mais confiáveis para o investidor no país.
Em 2020, não foi diferente, mesmo com a alta volatilidade da bolsa e a desconfiança sobre o futuro da saúde no Brasil, a confiança do investidor permaneceu. Empresas como NotreDame Intermédica e Hapvida, que caíram cerca de 50% no início da crise, já recuperaram as perdas de meses atrás. Além disso, a confiança no setor é demonstrada pelas aquisições de hospitais, laboratórios e outros estabelecimentos do setor que não pararam.
Em 2020 já foram divulgados mais de R$2 bilhões de investimentos no setor. Dentre as aquisições, estão estabelecimentos em SP, MG, AM, DF, SC, PR e BA pelos grandes grupos Rede D’Or e NotreDame Intermédica, além de fundos como IG4 Capital e Crescera.
Oportunidade para Operadoras de Saúde:
Como destacamos em nossas últimas publicações, o setor de saúde suplementar passa por uma consolidação de mercado que deve ser ainda mais acentuada com a crise atual (Entenda as tendências e oportunidades do setor). Operadoras insustentáveis financeiramente deverão ser incorporadas por operadoras maiores e mais eficientes, que possuem como grande diferencial o ganho de escala (entenda o conceito para o setor).
Para o ganho de escala, os grandes grupos do setor têm investido em verticalização. Com acesso ao mercado de capitais, as empresas têm se endividado de forma sustentável para alavancar suas rentabilidades. Os resultados foram investimentos de mais de R$10 bilhões nos últimos anos em aquisições de operadoras e estabelecimentos de saúde, se tornando as maiores operadoras de planos de saúde no Brasil, atrás do Sistema Unimed.
Em 2020, a crise deixou exposta a deficiência de recursos assistenciais no Brasil. Os conflitos de interesses entre a rede prestadora (inclusive a hospitalar) e operadoras de saúde ficaram evidentes, reforçando a estratégia de verticalização como estratégia de sustentabilidade para o setor. O cenário, é visto como oportunidade de investimento para empresas e investidores.
Há alguns dias foi confirmada a compra do Hospital do Coração em Balneário Camboriú pela NotreDame. Segundo executivos da empresa, as atividades de fusões e aquisições devem ser aceleradas visto que a crise financeira de alguns hospitais privados foi acentuada em meio à pandemia.
Os recursos mais baratos disponibilizados pelo BNDES, além de outras medidas econômicas tomadas pelo governo (acesse nossa página Coronavírus), são grandes oportunidades para as operadoras financiarem seus projetos de verticalização com rede assistencial própria. Seja através do BNDES Saúde, BNDES Finem (boa oportunidade para UNIMEDS) ou a constituição de um Fundo de Investimentos Imobiliário, o momento é o ideal para o setor dar o próximo passo para o futuro.
Vale destacar também que com a redução da taxa de juros, as alternativas de investimentos via Fundos Imobiliários passaram a ser ainda mais atrativas, representado boas oportunidades para investidores e para as Operadoras construírem seus hospitais, como um modelo sem a imobilização ou endividamento.
É importante entender que o financiamento por dívida ou fundos são opções diferentes e ambas estão sendo beneficiadas pelo momento da economia. Entenda as características de cada estrutura para tomar a melhor decisão:
Estruturação Financeira para Captação de Recursos
Estruturação para Fundos de Investimentos Imobiliários
Na última década, a XVI Finance auxiliou o Sistema Unimed em diversos projetos para construção ou aquisição de estabelecimentos de saúde. Com ampla experiência e rigor técnico, temos a solução necessária para estruturar modelos de financiamentos que melhor atendam às suas necessidades. Entre em contato com um consultor, ou conheça nossas soluções.
Ps: Texto realizado pelo consultor Eduardo Kfouri Forero, com apoio do Diretor de Negócios Prof. Dr. Adriel Branco.
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