“Qualquer empresa sem estratégia simplesmente corre o risco de se transformar numa folha seca que se move ao capricho dos ventos da concorrência.” – Michael Porter
O planejamento estratégico é uma ferramenta importante na gestão das empresas, é a partir dela que a empresa se direciona e define no que gastará energia e recursos (e, principalmente, no que não gastará). Em um ambiente concorrencial cada vez mais acirrado e pressão financeira crescente, como é a realidade da Saúde Suplementar, é imperativo que as operadoras de saúde e seus gestores consigam se posicionar, ter visão de longo prazo e superar as atividades do dia a dia, como o “apagar incêndios” e a necessidade de decisões imediatas.
Diante disso, vamos explorar suscintamente os principais passos do planejamento estratégico e entender qual a importância deles para as operadoras de planos de saúde.
1.
Diagnóstico interno e Externo
O primeiro passo do planejamento estratégico é o entendimento de todo o cenário que a operadora de saúde está inserida, olhando desde o ambiente macroeconômico, passando por aspectos locais e análise interna.
As operadoras de saúde estão em interação constante com o ambiente, de diversas formas, como:
- Exposição a aspectos regulamentários, legais, sociais, econômicos e diversos outros;
- Exposição de seus clientes a esses aspectos;
- Disputa de mercado com outras operadoras;
- Necessidades de insumos médico-hospitalares e outros;
- Atendimento de necessidades de seus clientes;
- Necessidades de força de trabalho, bem como negociações de classes.
O entendimento dos contextos macroeconômico e concorrencial é, então, importante para definir quais serão os objetivos da operadora para os próximos anos.
A partir da análise de mercado, os aspectos de concorrência, demanda e composição do mercado local são avaliadas, o objetivo é entender profundamente a demanda e oferta de produtos locais, entender se há aderência com o posicionamento atual da operadora e buscar insights para eventuais mudanças para combater proativamente o mercado.
Por fim, o diagnóstico interno visa avaliar profundamente os principais aspectos da operação de planos de saúde, desde o portfólio até a assistência, com fim de identificar falhas e oportunidades de melhoria nos processos.
2.
Definição da identidade organizacional (missão, visão e valores):
Após o entendimento dos cenários internos e externos, a operadora passará a construir seu planejamento. Isso acontece a partir da identidade organizacional, essa que dá o grande direcionamento da operadora.
A identidade organizacional é, em geral, composta de três grandes itens: missão, visão e valores.
- Missão: trata-se de uma frase que estabelece a identidade da operadora e delimita seu negócio, a partir dela, a operadora tem mais clareza de porque existe e quais necessidades do mercado está atendendo. Um exemplo clássico é da Kopenhagen, que incluiu em sua missão “[…] o melhor produto para consumir e presentear […]” isso possibilitou a marca a tomar decisões que permitisse transformar seus chocolates em presentes, com foco em embalagem e experiência e aumento do valor agregado, hoje o primeiro link do site é “PRESENTES”.
- Visão: é uma grande meta da operadora, não necessariamente mensurável, que define seu objetivo, como ela se orienta para o mercado e como gostaria de ser vista pelo mesmo. Ao passo que a missão delimita quem a operadora é, a visão delimita aonde quer chegar.
- Valores: indicam grandes norteadores de como a operadora se porta como um todo, é com eles sempre em mente que todas as decisões são tomadas, os colaboradores são selecionados e seus feedbacks aplicados.
A partir de um diagnóstico externo e interno e da identidade organizacional, a operadora terá um norte de quais serão seus objetivos para os próximos anos, quais priorizar e com qual finalidade.
Não perca nosso próximo texto de planejamento estratégico, em que detalharemos os passos seguintes e as principais metodologias utilizadas no projeto desenvolvido pela XVI Finance.
