Estou acompanhando de perto o anúncio da ANS sobre o reajuste dos planos de saúde de 2020. É interessante ver como essa mudança, com um valor negativo de até -8,19%, está impactando de forma significativa as Cooperativas Médicas e as Medicinas de Grupo. Vou explorar o que isso significa para as operadoras e como pode afetar os beneficiários.
Foi anunciado ontem (08/07/2021) pela ANS o reajuste com valor negativo para planos Individuais e Familiares para o período maio/2021 a abr/2022. O reajuste será de até -8,19%.
Essa medida causará impacto nos resultados de todas as operadoras, porém principalmente nas Cooperativas Médicas e nas Medicinas de Grupo, conforme o gráfico abaixo:
A estimativa foi feita com base nos resultados anuais de 2019, pré pandemia, e foi reduzido das receitas de Planos Individuais e Familiares o valor do reajuste.
É possível notar que as maiores variações se dão nas Cooperativas Médicas, cujo principal representante é o Sistema Unimed, e nas Medicinas de Grupo. Juntas, as duas modalidades somam 75,6% de todos os beneficiários da Saúde Suplementar.
O impacto é maior que o tamanho da carteira
Um outro ponto importante de identificar é que os planos de pessoas físicas tendem a ter tíquete médio maior que o de pessoas jurídicas, com isso, a representatividade desses planos nas receitas costuma ser maior que a representatividade nas carteiras.
Com isso, quanto maior a concentração de planos individuais e familiares nas carteiras, mais impulsionado será o impacto do reajuste negativo. Um exemplo claro se dá ao visualizar os resultados da NotreDame Intermédica e da Hapvida.
Ao comparar as duas operadoras, nota-se que a proporção de beneficiários PF da Hapvida é cerca de 7,3x maior que da NotreDame, porém a redução da Margem Líquida é 8,3x maior, ou seja, o impacto é maior que o número de vidas.
Além disso, diante dessa informação e do cenário econômico, provavelmente haverá maior barganha por parte dos clientes empresariais das operadoras, o que deve gerar um crescimento de receitas muito baixo para o próximo ano, se existir. A mesma redução que se espera para as receitas não é esperada para os custos, portanto, o cenário de redução de receitas aliado ao aumento de custos deverá gerar um impacto ainda maior nos resultados operacionais.
Com isso, a maneira de garantir sustentabilidade e resultados para as operadoras será apenas com gestão dos custos e despesas.
Saiba mais sobre Reajuste da ANS 2023
O reajuste anunciado pela ANS para os planos de saúde individuais e familiares em 2020 traz um impacto significativo para as operadoras, especialmente as Cooperativas Médicas e Medicinas de Grupo. Com uma redução de até -8,19%, baseada nos resultados de 2019, as principais afetadas são as operadoras que concentram maiores quantidades de planos individuais. Esse ajuste negativo tende a aumentar as pressões sobre as receitas e margens operacionais, exigindo das operadoras uma gestão mais rigorosa de custos para manter a sustentabilidade financeira.
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O que é o reajuste da ANS 2020?
O reajuste é uma redução de até -8,19% nos planos de saúde individuais e familiares, aplicada pela ANS para o período de maio/2021 a abril/2022.
Quais operadoras são mais impactadas pelo reajuste?
As Cooperativas Médicas, como o Sistema Unimed, e as Medicinas de Grupo são as mais afetadas, já que representam uma grande parte dos beneficiários.
Por que o impacto é maior nas Cooperativas Médicas e Medicinas de Grupo?
Essas modalidades somam 75,6% dos beneficiários da Saúde Suplementar e têm maior concentração de planos individuais, que são mais impactados pelo reajuste negativo.
Qual é a diferença entre os planos individuais e os planos para pessoas jurídicas?
Os planos individuais geralmente têm um tíquete médio maior, o que aumenta sua representatividade nas receitas das operadoras em relação aos planos para pessoas jurídicas.
Como a NotreDame Intermédica e a Hapvida foram afetadas pelo reajuste?
A Hapvida, com maior proporção de beneficiários individuais, teve uma redução da margem líquida significativamente maior do que a NotreDame Intermédica, mostrando um impacto mais intenso.
Qual será o desafio das operadoras de saúde diante do reajuste negativo?
As operadoras precisarão focar na gestão de custos e despesas para garantir sustentabilidade financeira, pois o cenário de redução de receitas aliado ao aumento de custos pode agravar seus resultados operacionais.
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