Primeiro trimestre de 2021 indica aumento de custos para as OPS

Primeiro trimestre de 2021 indica aumento de custos para as OPS

No dia 26 de abril, logo após a divulgação dos demonstrativos financeiros de 2020 pela ANS, iniciamos uma série de análises sobre o desempenho de operadoras de saúde no ano de 2020. Entre os principais destaques, evidenciou-se a consolidação da significativa redução das despesas assistenciais das operadoras em decorrência das ações de controle da pandemia que, como exemplo, geraram à época a suspensão dos procedimentos eletivos aos beneficiários. No entanto, o ano de 2021 iniciou-se com uma série de novos desafios aos agentes de saúde, como a falta de insumos hospitalares acompanhado de um expressivo aumento de preço , além do agravamento da pandemia no país e indicando a cessão do período de bons resultados financeiros para as operadoras de planos de saúde.

Nesta semana a ANS divulgou os demonstrativos referentes ao primeiro trimestre de 2021, então voltamos o foco para os desempenhos financeiros das operadoras para responder:

Como os custos das OPS se comportaram no 1° trimestre de 2021?

Antes de entrarmos nas análises, uma observação importante. Ao tratarmos de sinistralidade do Sistema Unimed, comumente tratamos apenas da carteira própria (ou seja, eliminamos os efeitos da RN 430), porém para esta análise, foi considerado o efeito do intercâmbio habitual, isso porque, principalmente para as singulares de menor porte, houve um impacto amplo em seus resultados.


O gráfico acima exibe a evolução dos índices de sinistralidade ao final de 2020 e no primeiro trimestre de 2021 dos principais players da saúde do Brasil. De imediato observa-se o aumento deste índice em todos os players no ano de 2021, em maior ou menor medida.

As operadoras nacionais verticalizadas, representadas principalmente por Hapvida e NotreDame, tiveram amplo crescimento, entre 7 e 8 pontos percentuais (p. p). Porém, ainda assim a medicina de grupo Hapvida permanece com a menor sinistralidade deste grupo comparativo (ainda menor do que o próprio Sistema Unimed, mesmo após o expressivo crescimento do período.

Apesar do aumento nos custos chamarem atenção, ao compararmos o 1° trimestre de 2021 com o mesmo período de anos anteriores, é observado que de fato há um aumento na sinistralidade das operadoras – existindo exceções – porém em níveis moderados se comparados ao crescimento evidenciado após o fechamento de 2020 e início de 2021 (tratado no parágrafo anterior).


Exceto pela NotreDame e SulAmérica, as operadoras do grupo comparativo apresentaram aumento por volta de 1 p.p nos seus índices. O aumento com maior expressão se deu no grupo NotreDame, passando para um sinistralidade de cerca de 83% e o que representa um aumento de cerca de 12,8 p.p no período.

Já a sinistralidade do Sistema Unimed, apesar de não apresentar um aumento percentual em níveis destoantes de concorrentes como Hapvida, abrange um grande número de operadoras com características distintas entre si e que analisamos neste estudo em duas diferentes formas: porte e localização geográfica.

Sinistralidade no Sistema Unimed por Porte

Diferente do método utilizado pela ANS para agrupamento das operadoras de acordo com seu porte – a qual utiliza as classificações de pequeno, médio e grande porte conforme a carteira de beneficiários – a XVI Finance  realizou no gráfico abaixo o agrupamento das operadoras em decis, ou seja, 10 grupos de operadoras classificados de maneira crescente, de acordo com sua  receita operacional líquida – contraprestações + outras receitas operacionais- onde no 1° decil temos 10% das cooperativas do Sistema Unimed com menor porte de receitas operacionais líquidas e, no 10° decil, temos 10% das cooperativas com o maior porte de receitas operacionais líquidas.


Com base no gráfico acima, nota-se que os índices de sinistralidade das cooperativas de maior porte tendem a ser maiores do que aqueles evidenciados pelas de pequeno porte (a partir do 7° decil, a sinistralidade se estabelecei por volta de 80%, enquanto os grupos menores entre 70% e 75%).

Sinistralidade no Sistema Unimed por Estado

Voltando o foco para a localização geográfica das singulares, algumas outras conclusões tomam forma.


De maneira geral, os estados com menor crescimento de sinistralidade estão localizados nas regiões sul e sudeste, porém, ainda com algumas exceções (os estados de Alagoas e Espírito Santo tiveram redução nas médias de sinistralidades de suas cooperativas locais).


Em suma…

Há indícios de crescimento da sinistralidade para 2021, o primeiro trimestre mostrou crescimento de maneira geral, e a depender das externalidades da pandemia, esses indicadores sinalizam para se manterem em altos patamares, além da maior complexidade dos atendimentos COVID recentes, ainda existe um aumento nos custos de medicamentos, principalmente os mais usados para tratamento da COVID.

Com a expectativa de recrudescimento da pandemia no Brasil, esses custos tendem a continuar em níveis altos, se não aumentarem, a gestão de custos passa a ser cada vez mais importante para enfrentamento desse cenário e garantia da sustentabilidade das cooperativas.


Saiba mais sobre Aumento de custos nas operadoras de saúde e Desempenho financeiro em 2020

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