Como exercício de planejamento e análise, realizamos uma discussão sobre as principais tendências e eventos que podem afetar significativamente o setor da saúde suplementar no Brasil.
As nossas avaliações realizadas no ano passado mais uma vez se mostraram bastante assertivas, com a materialização do cenário para os principais pontos indicados. (Veja as análises das previsões de 2024 neste link: https://xvifinance.com.br/10-tendencias-setor-saude-suplementar-2024/
Para este ano, em 2025 acreditamos que os principais movimentos estruturais presentes nos últimos anos seguirão ditando a estratégia e o ambiente competitivo, tais como a continuidade da verticalização, com foco em controle de custos e uma consolidação ainda mais forte, como diretrizes básicas para a sustentabilidade.
Avaliamos também que o ambiente econômico deve trazer desafios adicionais. O nosso cenário base considera a taxa Selic elevada, inflação acimada meta e desaceleração econômica. A agenda regulatória incluirá diversas iniciativas de inovação e modernização, como o Sandbox regulatório da ANS, permitindo testes com novos produtos e modelos de financiamento e pagamento por valor na saúde.
Nosso objetivo aqui é permitir a preparação para a competição no setor, proporcionando aos gestores uma reflexão sobre o cenário estratégico, antecipando decisões e preparando a empresa para a navegação neste ambiente.
1- Crescimento no número de beneficiários
Apesar da estagnação no crescimento do em torno de 51,5 milhões de beneficiários, a taxa de cobertura vem caindo, já que a população segue em crescimento, mas praticamente não cresce o total de beneficiários. Por outro lado, o SUS seguirá incapaz de acompanhar o crescimento e envelhecimento populacional. Adicione a esse contexto a necessidade de maior controle e contingenciamento dos gastos públicos. Por isso, uma preocupação da agenda regulatória para flexibilizar e facilitar o acesso populacional. Dessa forma, esperamos o crescimento em regiões do interior do país e entre as classes C e D, incentivado por planos mais acessíveis e customizados.
2- Forte Resultado Financeiro nas Operadoras de Saúde
Em geral, o setor é muito mais aplicador e possui elevada liquidez (em comparação a outros setores). Com algumas exceções, as Operadoras possuem baixo nível de endividamento (apenas entre 2,8% e 5% do Ativo Total). O forte resultado financeiro deve ser o principal contribuinte positivo no resultado líquido e provavelmente apresentará valor recorde na série histórica de resultado financeiro.
3- Reajustes moderados, mas acima da inflação
Após os expressivos reajustes de 2024, espera-se que a regulação e negociações entre operadoras e a ANS levem a reajustes menos agressivos em 2025. Contudo, apesar de inferior a 2024, ainda assim serão superiores à inflação projetada, pressionando o poder de compra dos consumidores. Provavelmente, a dinâmica de reajustes do setor deverá sofrer alterações ou inovações regulatórias, com o objetivo de suavizar o impacto. É importante destacar que o reajuste de planos deverá sofrer grande pressão política e da opinião pública.
4- Elevação da Carga Tributária para o Setor e Processo de Adaptação à Reforma
A reforma tributária aprovada em 2024 amplia a tributação sobre o setor, tanto pela majoração da alíquota efetiva como também pela inclusão das receitas de aplicações garantidoras na base de cálculo. A implementação da reforma tributária trará impactos significativos em 2025. A adaptação à nova estrutura fiscal será desafiadora para o setor, podendo gerar aumento de custos operacionais em curto prazo.
5- Crescimento das Operadoras Digitais e Utilização da Inteligência Artificial
A digitalização e a adoção de ferramentas tecnológicas continuarão a transformar o setor. Espera-se um aumento do uso de soluções de Inteligência Artificial para diagnósticos, triagem e gestão de pacientes, cobertura para atendimento virtual, assim como o crescimento de startups focadas em saúde digital.
6- Grandes Reestruturações no Setor, com enfoque nas cooperativas médicas
As cooperativas médicas, que representam mais de um terço do mercado, devem passar por grandes movimentos de reestruturação, com destaque paras as principais capitais (SP e RJ), onde o ambiente é mais competitivo e o histórico de crise perdura há uma década.
7- Maior Número de Incorporações Reorganização nas Cooperativas Médicas, com o fortalecimento regional
Com a intenção de aprimorar os mecanismos de governança, obter ganhos de escala na gestão administrativa e maios eficiência em custos, avaliamos que a reorganização em algumas regiões proporcionará maior sustentabilidade e competitividade ao segmento. Com isso, deveremos ter maior quantidade de incorporações entre as cooperativas, implantação de mais modelos do tipo Operadora x Não Operadora, seguindo o movimento de consolidação também entre as cooperativas. Este movimento deve criar players regionais mais fortes, com centros locais de referência a saúde, proporcionando redução de custos, melhor remuneração ao médico e longevidade ao forte e resiliente modelo cooperativista.
8- Desenvolvimento e fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), Modelos de Cuidados Integrados e dos Modelos de Financiamento de Pagamento
Com o envelhecimento populacional e o aumento de doenças crônicas, a atenção primária seguirá como prioridade. Programas preventivos e de monitoramento remoto devem ser ampliados, visando reduzir internações desnecessárias e custos de longo prazo. Ademais, a agenda regulatória da ANS para 2025 inclui um enfoque relevante no pagamento baseado em valor (Value-Based Healthcare – VBHC) e modelos de cuidados integrados. A agenda regulatória irá incentivar esses modelos.
9- Grandes Inovações Regulatórias
Com o envelhecimento populacional e o aumento de doenças crônicas, a atenção primária seguirá como prioridade. Programas preventivos e de monitoramento remoto devem ser ampliados, visando reduzir internações desnecessárias e custos de longo prazo. Ademais, a agenda regulatória da ANS para 2025 inclui um enfoque relevante no pagamento baseado em valor (Value-Based Healthcare – VBHC) e modelos de cuidados integrados. A agenda regulatória irá incentivar esses modelos.
10- Expansão da Oferta de Leitos e Verticalização
Apesar da impressão sobre o momento econômico desfavorável, os projetos de construção de hospitais são projetos estruturais, estratégicos e de longo prazo. Só projeto e construção, temos um prazo acima de 3 anos de desenvolvimento. Portanto, raramente haverá uma janela de oportunidade econômica e praticamente todo hospital e construído sob algum momento de instabilidade econômica e política.
Por outro lado, a demanda por leitos cresce proporcionalmente ao envelhecimento e expansão demográfica. Os investimentos privados seguem crescendo em diversas frentes na indústria e o movimento deve continuar com a expansão de leitos. Com isso, esperamos a inauguração de novos hospitais pelas principais redes privadas e novos recursos próprios também pelas cooperativas, grupo que apresenta mais potencial de verticalização em comparação com seus concorrentes da Medicina de Grupo.
O ano de 2025 trará desafios significativos, mas também inúmeras oportunidades para aprimorar a gestão e fortalecer a competitividade do setor. Estamos confiantes de que, com estratégias bem estruturadas, o segmento sairá ainda mais fortalecido
Grande abraço e um excelente ano de 2025.
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