Fortalecimento de novos mecanismos de crédito para desenvolvimento das empresas
Os Fundos de Investimentos Creditórios (FIDC) são estruturas de investimentos que permitem o acesso ao crédito para as empresas (clínicas, hospitais e laboratórios) e pessoas físicas (médicos e profissionais da saúde) mediante a antecipação das receitas futuras, decorrentes da prestação de serviços ou do fornecimento de materiais.
O mercado de FIDCs representa o montante de cerca de R$ 600 bi distribuídos em mais de 2,7 mil fundos, mais que triplicou desde 2020 e deverá atingir quase R$ 3 trilhões até o final desta década, com a expectativa de que este mercado ultrapasse os bancos no segmento de crédito (Valor), motivado por três aspectos principais:
1) Eficiência tributária
Os FIDCs não são tributados em suas operações e a reforma tributária recente assegurou a não incidência do tributo de “come-cotas” aos cotistas¹. A tributação ocorrerá apenas no resgate do investimento (se e apenas quando este ocorrer). A tributação de outros tipos de fundos (fundos fechados) e as restrições fiscais para emissões de CRIs, CRAs, LCIs etc. devem canalizar mais recursos aos FIDCs;
2) Abertura do Mercado
Abertura de mercado para investidores pessoas físicas: A recente resolução CVM 175 (2023) realizou a abertura do mercado para que investidores PF possam investir em cotas de FIDC, ampliando o potencial de captação da estrutura e trazendo mais liquidez e visibilidade ao produto;
3) Maior demanda de crédito
Maior demanda de crédito e elevada concentração bancária: Em geral, a maior parte das empresas não possui acesso a crédito adequado, seja pelo pequeno porte, dificuldades internas ou pela escassa (e cara) oferta de crédito bancário. No Brasil, 85,9% do crédito está concentrado nas grandes instituições financeiras, sendo que praticamente metade do crédito é oferecido por bancos públicos. Ademais, o maior volume de crédito é destinado ao setor habitacional ou ao agronegócio.
E, por que as Operadoras e Instituições de Saúde deveriam Investir em FIDCs?
1) Fortalecimento da rede prestadora
O desenvolvimento de FIDCs para as suas operações permitiria disponibilizar crédito aos prestadores de serviços e fornecedores da Instituição de Saúde, usando como garantia o fluxo de recebimentos com a própria instituição.
Dessa forma, os médicos (por exemplo) poderiam antecipar os valores da sua produção médica. As clínicas poderiam antecipar o faturamento com as operadoras e assim obter liquidez a um custo muito menor.
2) Maior rentabilidade financeira
Pelo lado da instituição, disponibilizar linhas de crédito é uma estratégia eficiente para fortalecer a capacidade financeira de todos os fornecedores, estabelecendo uma relação de maior proximidade e de maior vínculo.
Pelo lado da instituição, disponibilizar linhas de crédito é uma estratégia eficiente para fortalecer a capacidade financeira de todos os fornecedores, estabelecendo uma relação de maior proximidade e de maior vínculo.
(Por exemplo, em um dos projetos que desenvolvemos, oferecemos condições de crédito mais baratas para os melhores prestadores de serviços com base em uma metodologia de avaliação assistencial).
Pelo lado financeiro, as Instituições de Saúde que tiverem aplicações financeiras suficientes poderão aumentar a rentabilidade de seu portfólio. Por exemplo, é comum que as taxas de antecipação sejam em torno de 2% a 3% (a.m.), o que contribui para incrementar a rentabilidade do portfólio. É comum que o retorno do investimento do FIDC (cota sênior) seja obtido em torno de CDI+3% a CDI+5% a.a.
Em geral, o resultado operacional das operadoras é negativo. Por isso, o FIDC serve como estratégia para ampliar o resultado financeiro, de forma simples e com o menor nível de risco (quando relacionado a sua própria rede de prestadores).
O que você achou disso?
Clique nas estrelas
Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 12
Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.
Lamentamos que este post não tenha sido útil para você!
Vamos melhorar este post!
Diga-nos, como podemos melhorar este post?