Hoje, analiso os principais desafios e tendências que marcaram o setor hospitalar em 2023. Com um cenário de restrição financeira, as instituições têm buscado maneiras de operar de forma mais eficiente e rentável, garantindo a sustentabilidade do setor.
Dando continuidade à nossa série de estudos voltados para o setor hospitalar, elencamos na publicação de hoje alguns pontos relevantes para a compreensão dos resultados apresentados pelo setor hospitalar no ano de 2023, tendo como referencial os hospitais da ANAHP.
Em nosso estudo a respeito da composição das receitas hospitalares, evidenciamos a relação mútua de dependência entre o setor hospitalar e os planos de saúde, sendo estes responsáveis por mais de 80% das receitas dos hospitais da ANAHP no ano de 2023. Dada essa interdependência e frente a um cenário desafiador, com a redução dos resultados apresentada pelas operadoras de planos médico-hospitalares nos últimos anos, o setor hospitalar tem amargado desafios para a operacionalização dos hospitais.
A exemplo deste movimento, o balanço observatório ANAHP, em sua primeira edição, destaca a ampliação dos prazos médios de recebimento, a ampliação do índice de glosas e a retenção das receitas, que chegaram a um atraso de R$2,5 bilhões no ano de 2023.
Esses elementos estão intimamente relacionados à gestão de utilização das operadoras e impactam diretamente sobre a manutenção do fluxo de caixa dos hospitais. Como demonstrado em nosso estudo anterior, também há uma ampliação da representatividade das despesas financeiras, o restringe a capacidade financeira para novos investimentos destes hospitais.
Frente a este cenário, os hospitais buscam por uma operação mais eficiente e rentável, o que é visualizado nos dados da ANAHP com redução do prazo médio de internação que foi de 4,29 para 4,10 dias, sem perder a ocupação média, que cresceu levemente para 76,85%, ou seja, o giro de leito aumento. Além disso, as despesas por paciente-dia diminuíram 11,15% em 2023, evidenciando um melhor controle de custos por parte dos hospitais.
Estes fatores possibilitaram que, mesmo em um momento desafiador para a saúde suplementar, os hospitais apresentassem recuperação de suas margens operacionais, com EBITDA de 11,89%, que apesar de inferior ao cenário pré-pandemia (12,4%), sinaliza para um movimento de recuperação das margens operacionais dos hospitais.
Em um setor tão interdependente, a atuação com foco em ganhos de eficiência operacional será crucial para a manutenção de um ecossistema saudável para todo os players.
Os dados divulgados pela ANS e os dados do Balanço Observatório Anahp 1ª edição evidenciam os desafios que tanto a saúde suplementar, quanto o setor hospitalar percorrerão nos próximos anos.
Em nosso próximo estudo, após discorrermos as respeito das receitas e dos custos, abordaremos os resultados do setor hospitalar.
Para estudos específicos para o seu negócio, estaremos na Hospitalar 2024, nos próximos dias 21 e 22 de maio, agende um bate-papo.
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Neste artigo, abordo os desafios enfrentados pelo setor hospitalar em 2023, marcados por um cenário de restrição financeira e interdependência com as operadoras de planos de saúde. Os hospitais têm buscado maior eficiência operacional para melhorar margens, evidenciado pela redução de prazos de internação e controle de custos. Apesar das dificuldades, houve sinais de recuperação, com aumento leve da ocupação e margens operacionais em recuperação, indicando um movimento positivo.
Saiba mais sobre
Quais foram os principais desafios do setor hospitalar em 2023?
Restrições financeiras e dependência dos planos de saúde.
Como os hospitais buscaram melhorar a eficiência operacional?
Reduzindo prazos de internação e controlando custos.
O que impactou o fluxo de caixa dos hospitais?
A ampliação dos prazos de recebimento e o aumento do índice de glosas.
Houve melhora nas margens operacionais dos hospitais?
Sim, embora ainda abaixo do nível pré-pandemia.
Como os hospitais mantiveram a ocupação média?
A ocupação média cresceu levemente, apesar da redução do tempo de internação.
Quais são as perspectivas futuras para o setor?
Foco em ganhos de eficiência operacional será crucial para a sustentabilidade.
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