A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou os dados atualizados do setor de saúde suplementar referentes ao 1º trimestre de 2025. O mercado registrou um leve crescimento no número de beneficiários, com destaque para o avanço dos planos corporativos, a retração em planos individuais e por adesão, e o comportamento regional e por operadora. Neste artigo, analisamos os principais destaques do desempenho das operadoras de planos de saúde e odontológicos.
Crescimento do mercado foi impulsionado pelos planos corporativos.
Segundo os dados da ANS, o setor de planos de saúde adicionou 51 mil novos beneficiários no 1T25. O avanço ocorreu exclusivamente no segmento de planos de saúde corporativos, com saldo positivo de 204 mil vidas. Por outro lado, os planos individuais e os planos por adesão apresentaram desempenho negativo, com perdas de 77 mil e 75 mil beneficiários, respectivamente.
Esse comportamento reforça a tendência de concentração do crescimento em contratos empresariais, mais resilientes ao cenário econômico.
Seguradoras e medicina de grupo lideram entre os modelos de operadora.
Na análise por tipo de operadora, o crescimento foi puxado pelas seguradoras (+57 mil vidas) e pelas empresas de medicina de grupo (+56 mil). Em contrapartida, as cooperativas médicas registraram redução de 45 mil beneficiários, enquanto os planos de autogestão perderam 13 mil vidas no trimestre.
Essa variação reflete o desempenho mais agressivo das operadoras com atuação comercial mais estruturada frente a modelos com maior concentração regional.
São Paulo lidera crescimento; Rio de Janeiro e Minas Gerais têm retração.
O destaque regional ficou com o estado de São Paulo, que registrou o maior crescimento do país, com 74 mil beneficiários adicionados no 1º trimestre. Em segundo lugar, a região Nordeste teve um saldo positivo de 27 mil vidas.
Por outro lado, Rio de Janeiro e Minas Gerais apresentaram perdas de 48 mil e 7 mil beneficiários, respectivamente. A análise mostra ainda que:
• A Unimed Ferj, no RJ, perdeu 16 mil beneficiários, representando 33% da perda estadual;
• A Unimed BH, em MG, obteve saldo positivo de 11 mil vidas, mesmo em um cenário estadual negativo.
Hapvida segue com retração; SULA e Amil mantêm crescimento.
Entre as maiores operadoras de planos de saúde, a Hapvida encerrou o trimestre com queda de 33 mil beneficiários, mesmo com crescimento pontual em março. As perdas vieram principalmente das operadoras legadas da NDI, com destaque para Minas Gerais (-25 mil), possivelmente refletindo dificuldades operacionais com a integração de sistemas.
Enquanto isso, SULA e Amil ampliaram suas carteiras:
• SULA adicionou 63 mil vidas no trimestre;
• Amil teve aumento de 101 mil beneficiários, com desempenho concentrado em SP e RJ.
Planos odontológicos crescem, mas com menor intensidade.
O setor de planos odontológicos também apresentou crescimento no 1T25, com adição de 135 mil vidas. Apesar de positivo, o ritmo foi inferior ao observado em trimestres anteriores, o que pode refletir uma leve sazonalidade negativa. A ODPV, por exemplo, registrou perda líquida de 4 mil beneficiários no período.
O que os dados da ANS sinalizam para o setor.
O relatório da ANS evidencia um cenário de crescimento seletivo no setor de planos de saúde, com forte protagonismo das operadoras de atuação nacional e dos contratos corporativos. O desempenho desigual entre operadoras também reforça os desafios de integração, como no caso da Hapvida, e as oportunidades para players com operação madura e regionalmente diversificada, como Amil e SULA.
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