A Amil, uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, está atualmente negociando a venda de parte significativa de sua carteira de planos individuais e familiares, além de quatro hospitais. Essa movimentação promete impactar o mercado de saúde suplementar no país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde esses ativos estão localizados.
Segundo reportado pelo Valor Econômico, a Amil estaria negociando parte de sua carteira de planos individuais e familiares junto com quatro hospitais no sul e sudeste do Brasil.
1. O que está sendo negociado?
Segundo o jornal, a operadora estaria negociando suas carteiras de beneficiários de planos para pessoas físicas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e da cidade de Curitiba, o que equivale a cerca de 375 mil beneficiários, próximo ao valor inicial apresentado pelo Valor.
Além das carteiras de beneficiários, quatro hospitais estariam inclusos na negociação:
- Hospital Paulistano, em São Paulo – SP, com 172 leitos;
- Hospital Caieiras, em Caieiras – SP, com 73 leitos;
- Hospital Sumaré, que indica ser o Hospital Madre Theodora, em Campinas – SP, com 79 leitos; e
- Hospital Vitória, em Curitiba – PR, com 45 leitos.
Ou seja, no total a negociação envolve cerca de 370 mil beneficiários e rede hospitalar de 369 leitos.
2. Qual a relevância dessas carteiras em seus mercados locais?
Dentro de seus mercados locais (estados de São Paulo, Rio de Janeiro e cidade de Curitiba), as carteiras que estariam em negociação representam cerca de 2% dos mercados locais.
O mercado do Estado de São Paulo é de ampla concorrência. O Sistema Unimed possui cerca de 25% dos beneficiários do estado, seguido da NotreDame, com 17%. A aquisição dessa carteira não aparenta ter um impacto significativo no mercado do estado.
No Rio de Janeiro, o controle do Sistema Unimed é um pouco maior, sendo a Amil a segunda maior operadora no estado. A venda da carteira não altera amplamente o mercado carioca.
Em Curitiba, a maior participação de mercado é do Sistema Unimed, com cerca de 42% dos beneficiários da capital paranaense. A venda da carteira não altera amplamente o mercado local.
3. Qual o impacto da venda dos quatro hospitais?
As duas maiores operadoras do Brasil, que também são as mais agressivas em avanço de mercado, Hapvida e NotreDame, apresentam estratégias similares de crescimento inorgânico de carteiras e aumento da verticalização e já possuem 3.500 e 2.200 leitos, respectivamente.
A localização dos hospitais da Amil representam uma oportunidade estratégica para ambas operadoras, com destaque para o Grupo NotreDame Intermédica, que tem forte atuação no sudeste, e recém entrou na região Sul, com as aquisições da Clinipam e do Hospital e Maternidade Santa Brígida, em Curitiba.
Vale destacar, no entanto, que os hospitais aparentam ser considerados como “parte do pacote”, junto com a carteira de beneficiários. A estratégia apresentada pelas grandes operadoras é de compra de carteiras corporativas, não de beneficiários de planos individuais.
Outro ponto é que as carteiras são deficitárias, segundo o Valor Econômico, a maior parte dessa carteira ultrapassa os 90% de sinistralidade, deixando-as menos atrativas. Apesar disso, o BTG Pactual, contratado para tratar do negócio, já teria conversado com 15 interessados.
Ao que tudo indica, ainda teremos novas movimentações em 2020. A venda de parte da carteira da quinta maior operadora de planos de saúde do país, evidencia a nova dinâmica de busca pela eficiência e consolidação da saúde suplementar.
Um ótimo final de semana!
PS: Texto realizado pelo Gerente de Inteligência de Mercado, José Luis Orsi.
A Amil, quinta maior operadora de planos de saúde no Brasil, está negociando a venda de cerca de 375 mil beneficiários de planos individuais, além de quatro hospitais localizados em São Paulo e Curitiba. A negociação pode alterar a dinâmica do mercado de saúde suplementar, oferecendo uma oportunidade estratégica para grandes players como Hapvida e NotreDame Intermédica. Apesar de as carteiras serem deficitárias, há interesse no mercado, refletindo uma tendência de consolidação no setor.
O que a Amil está vendendo?
Parte da sua carteira de planos de saúde e quatro hospitais.
Quantos beneficiários estão incluídos na negociação?
Cerca de 375 mil beneficiários de planos individuais e familiares.
Onde estão localizados os hospitais à venda?
Em São Paulo (capital, Caieiras, Campinas) e Curitiba.
Qual é o impacto dessa venda no mercado?
A venda pode alterar a dinâmica do mercado, mas sem mudanças significativas em alguns locais.
Quem são os possíveis compradores?
Operadoras como Hapvida e NotreDame Intermédica são potenciais interessadas.
Por que a Amil está vendendo esses ativos?
A venda faz parte de uma estratégia de consolidação e busca por maior eficiência no setor de saúde suplementar.
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