Entender o mercado de fusões e aquisições no Brasil é essencial para quem busca compreender o cenário econômico nacional. Com as variações econômicas e políticas, as empresas enfrentam desafios e oportunidades únicas nesse campo.
O mercado de Fusões e Aquisições no Brasil entre 2010 e 2015 contou com 936 operações incluindo fusões, aquisições, ofertas públicas de aquisições de ações (OPAs) e reestruturações societárias movimentando o valor de R$ 917 bilhões. O que acontece nesse importante mercado ao longo dos últimos anos, onde o ambiente de recessão tomou conta da cena nacional? Confira abaixo uma análise crítica sobre as operações de Fusões e Aquisições no Brasil ocorridas no período destacando as mudanças ocorridas com o agravamento da crise nacional a partir de 2015!
Quais foram os montantes envolvidos?
A quantidade de operações de Fusões e Aquisições no Brasil apresentaram valores estáveis até o ano de 2013. Em 2014, a quantidade foi reduzida em 24% em relação ao ano anterior e em 2015 a redução foi de 43% em relação a 2014. Apesar da queda na quantidade de negócios em 2014, o valor transacionado foi o maior do período com R$ 193 bilhões. Nesse ano, as 10 maiores operações concentraram 63% dos valores totalizando R$ 102 bilhões. Em 2015, além da queda na quantidade de operações, o valor obtido foi de R$ 110 bilhões, menor volume no período analisado. Veja, graficamente, como se dá a evolução do montante envolvido nas operações!
Apesar da ausência de dados relativos a 2010, é visível que os pagamentos das operações de Fusões e Aquisições no Brasil são majoritariamente realizados em dinheiro em todo o período. A segunda modalidade mais utilizada é a troca de ações, sendo seguida pela categoria outras que inclui, por exemplo, a assunção de dívidas. É interessante notar a alta concentração de transações realizadas em dinheiro em 2015 (87%) em detrimento de todas as outras modalidades.
O impacto do dólar
Durante o período recente, o aumento da taxa de câmbio dólar-real (US$/R$) se acentuou, notadamente devido ao aumento do risco nacional devido aos diversos desdobramentos de cunho econômico, fiscal e político ocorridos. Agora, devemos pensar: qual é o desdobramento disso quando tratamos de processos de incorporação de empresas?
A princípio, supõe se que devido ao forte aumento da cotação da moeda norte americana, as empresas brasileiras se tornariam “baratas”, incentivando um movimento brusco de compra ou fusões de empresas estrangeiras com empresas brasileiras. Contudo, essa hipótese não se mostra verdadeira visto que tanto a quantidade de transações de aquisição de empresas brasileiras por empresas estrangeiras foi reduzida, bem como os montantes envolvidos, como pode ser visto abaixo.
O EMBI+ como medida de risco
Uma das formas de se analisar quais fatores contrabalancearam a cotação favorável para o dólar é, justamente, o risco envolvido nas operações de compra de empresas. O EMBI+ (emerging markets bond index) é um índice calculado pelo banco JP Morgan e utilizado pelas agências de rating como uma medida de risco. Em resumo, esse índice compara o rendimento de títulos de dívida de países emergentes com o rendimento de títulos do tesouro americano (spread soberano). Assim, quanto maior o valor em pontos base maior o risco do país. O EMBI+ do Brasil saltou de 259 pontos base em 2014 para 523 pontos base em 2015, um aumento de 102%. Portanto, apesar do câmbio favorável para investimentos no Brasil, o grande aumento do risco não incentiva o investidor estrangeiro a realizar operações de fusões e aquisição no Brasil!
Algumas considerações sobre as Fusões e Aquisições no Brasil
Vimos neste artigo que desvalorização do real frente ao dólar se abriu uma boa oportunidade para a realização de investimentos estrangeiros no Brasil, porém o aumento do risco brasileiro desfavorece esses investimentos. No entanto, existem outros fatores que não são diretamente considerados na análise, como o que chamamos de questão institucional: existem normas e instituições que garantam a propriedade privada, a livre competição e o incentivo ao empreendedorismo? Em alguns setores, como o de petróleo e energia elétrica, tal questão ainda é de um entrave para a entrada de novos concorrentes.
Saiba mais sobre Fusões e Aquisições
Este artigo procurou demonstrar, de maneira prática, os desdobramentos da recente recessão nacional frente a um dos mercados que movimenta uma grande quantidade de capital, referente às Fusões e Aquisições. Quer saber mais sobre como funciona esse processo? Os consultores da XVI Finance prepararam um artigo que explica detalhadamente como as fusões e aquisições são feitas! Acesse o artigo e saiba mais sobre esse tema de grande importância para o mercado!
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No Brasil, o mercado de fusões e aquisições reflete as complexidades econômicas recentes. Entre 2010 e 2015, houve uma queda significativa nas transações, influenciada pela recessão e pela alta do dólar. Embora a desvalorização do real teoricamente favoreça investimentos estrangeiros, o aumento do risco, medido pelo EMBI+, inibiu esse movimento. Além disso, fatores institucionais e setoriais, como no petróleo e energia, também interferem na dinâmica desse mercado.
Saiba mais sobre
Qual foi o impacto da recessão nas fusões e aquisições no Brasil?
A recessão reduziu significativamente o número e o valor das transações entre 2014 e 2015.
Como a alta do dólar influenciou o mercado de fusões e aquisições?
A alta do dólar teoricamente tornaria as empresas brasileiras mais atraentes para compra, mas o aumento do risco nacional inibiu esses investimentos.
O que é o EMBI+ e qual sua relevância?
O EMBI+ é um índice de risco para países emergentes; um aumento significativo desse índice em 2015 refletiu maior risco no Brasil, desencorajando fusões e aquisições.
Quais modalidades de pagamento foram predominantes nas fusões e aquisições?
Pagamentos em dinheiro foram majoritários, com destaque para 2015, quando 87% das transações usaram essa modalidade.
Quais setores enfrentam mais desafios para fusões e aquisições no Brasil?
Setores como petróleo e energia elétrica enfrentam desafios institucionais que dificultam novas fusões e aquisições.
Por que o aumento do risco nacional afeta as fusões e aquisições?
O aumento do risco reduz a confiança dos investidores estrangeiros, dificultando novas transações no Brasil.
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