Resultados Positivos na Saúde Suplementar: Análise do primeiro trimestre de 2024

Confira como o setor de saúde suplementar obteve resultados positivos no 1T24, com destaque para as operadoras e tendências futuras.

No primeiro trimestre de 2024, a saúde suplementar no Brasil apresentou uma melhora significativa nos resultados operacionais. Este aumento, impulsionado principalmente pelas medicinas de grupo e cooperativas, reflete um cenário positivo, embora concentrado em poucas operadoras. Vamos explorar os números e as expectativas para o restante do ano.

Há algumas semanas, mostramos um ritmo de melhora na geração de resultados nas operações da saúde suplementar. O resultado operacional nos três primeiros meses passou de -R$ 1,66 bilhão em 2023 para +R$ 1,85 bilhão em 2024.


Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

Grande parte desses lucros operacionais estão em medicinas de grupo, responsáveis por cerca de 61% dos resultados (+R$ 1,12 bilhão). Logo atrás, as cooperativas também mostraram bons resultados, com +R$ 783,94 milhões em suas operações.

Em sentido oposto, apenas as operadoras de autogestão tiveram prejuízos operacionais (-R$ 314,35 milhões)


Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

1. Grandes resultados, poucas operadoras

Apesar da ampla mudança nos resultados gerais, grande parte desses resultados positivos foram realizados por poucas operadoras. Em 2023 cerca de 58% das operadoras apresentavam lucro operacional (equivalente a 382 OPS), em 2024 o crescimento foi apenas de 6 pontos percentuais, 64% das OPS (equivalente a 412 OPS)


Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

2. Os custos assistenciais dão um fôlego

Em todas as modalidades de operadoras, exceto nas autogestões, o aumento do custo foi menor que o aumento de receita. Isso pode se dar por algumas razões:

  • Crescimento de beneficiários, a saúde suplementar vem crescendo constantemente desde a pandemia, grande parte desse crescimento é em beneficiários menos utilizadores e com carência, o que reduz a pressão nos custos;
    • As autogestões, por terem carteira menos livre, ligada às suas organizações não ganham esse bônus;
  • Reajuste de contratos, o reajuste de 9,63% em planos individuais (PF), assim como os reajustes de planos coletivos têm impacto no aumento da receita para equilíbrio das despesas;
    • Em 2024/25 o teto do reajuste de planos será de 6,91%, ou seja, esse reflexo deve ser menor;
  • Redução da demanda, por fim, a utilização no primeiro trimestre em geral é menor, o que diminui a pressão nos custos de assistência;
    • Vale lembrar que a maior parte da demanda causada pelas epidemias de dengue se deu no trimestre seguinte.

Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

3. E os resultados líquidos? Podem crescer menos em 2024

Dois aspectos diferenciam os resultados líquidos (lucros) e os resultados operacionais (lucros operacionais): As despesas e as receitas financeiras.

Por um lado, as despesas financeiras, no geral, devem aumentar em 2024, uma vez que o endividamento bruto geral do setor aumentou em 2 pontos percentuais (equivalente a R$ 1,31 bilhão).


Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

Por outro lado, as receitas financeiras (rentabilidade das aplicações) podem ter uma queda, uma vez que haverá um reflexo da redução das taxas básicas de juros que vem acontecendo desde o final de 2023.


Fonte: Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar – ANS

4. Expectativas para o ano

O segundo trimestre deve vir com um resultado menor que o observado no primeiro, já que é historicamente um trimestre com maior sinistralidade que o anterior, além de ter o reflexo da demanda por dengue, que pode causar uma certa pressão dos custos.

No entanto o cenário é positivo, como há grande centralização dos resultados positivos, é esperado que bons resultados virão em 2024, principalmente nas operações.

Neste início de 2024, a saúde suplementar registrou um desempenho notável, com um lucro operacional que reverteu perdas anteriores. As medicinas de grupo e cooperativas lideraram os ganhos, enquanto as autogestões enfrentaram desafios. Apesar da centralização dos lucros em poucas operadoras, o setor continua a se beneficiar do aumento de beneficiários e ajustes contratuais. Contudo, espera-se que o ritmo de crescimento seja menor nos próximos trimestres devido a fatores sazonais e econômicos.

Saiba mais sobre

Qual foi o lucro operacional da saúde suplementar no 1T24?
O lucro foi de R$ 1,85 bilhão.

Quais operadoras lideraram os ganhos no 1T24?
As medicinas de grupo e as cooperativas.

Qual foi o desempenho das operadoras de autogestão?
Elas registraram um prejuízo de R$ 314,35 milhões.

Quais fatores contribuíram para a redução dos custos assistenciais?
Crescimento de beneficiários, reajustes contratuais e menor demanda no trimestre.

Como as receitas financeiras devem influenciar os resultados de 2024?
A redução das taxas de juros pode diminuir a rentabilidade das aplicações.

Quais são as expectativas para o 2T24 na saúde suplementar?
Resultados menores devido à alta sinistralidade e à demanda por tratamentos de dengue.

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